Resumo: Artigo 36262
A relação entre a formação e a inserção de engenheiros na acumulação flexível do capital.(7,15,16, 34,47)
Zinara de Andrade Nascimento, Universidade Federal do PArana, Brazil.
Apresentação: Wednesday, May 29, 2008 3:45PM - 5:45PM sala 213 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 51 - Chair: Luiz Sanz-Menéndez
Abstract.
O estudo da história mostra que a profissão de engenharia sempre desempenhou papel relevante no desenvolvimento da humanidade. Mostra também que no Brasil a profissão de engenharia esteve muito mais voltada à gestão de processos e pessoas do que ao desenvolvimento de inovações. No atual contexto sócio-histórico, em que a reprodução da vida material tem por base a microeletrônica, a profissão entrou em evidência e ganhou ainda mais importância, pois as inovações tecnológicas são armas preciosas perante a concorrência global cada vez mais acirrada. Sob tais circunstâncias, houve expressivo aumento do número de cursos de engenharia e do número de egressos nessa área. Entretanto, percebem-se contradições entre o estágio de desenvolvimento das forças produtivas e as diretrizes curriculares dos cursos de engenharia, uma vez que apesar da complexidade da tecnologia, as orientações educacionais tendem a privilegiar as atividades práticas; outro fato contraditório está na relação entre o discurso oficial acerca da relevância da profissão de engenharia e a inserção no mercado formal de trabalho. As notícias sobre a falta de engenheiros no Brasil, em especial a partir da instituição do Programa de Aceleração do Crescimento PAC, cujo sucesso depende em significativa medida dos conhecimentos dessa categoria de profissionais, expressam tais contradições. Assim, a fim de melhor compreender tais fenômenos, bem como outros aspectos, faz-se um estudo com o objetivo de apreender a relação entre a formação e a inserção de engenheiros na acumulação flexível do capital. Como recorte de pesquisa, optou-se por investigar a primeira turma de Engenharia de Fundição de uma instituição tradicional de ensino tecnológico em uma área eminentemente industrial no interior do Estado de Santa Catarina. Para tanto, foram feitas entrevistas com a utilização de roteiros semi-estruturados com os egressos da primeira turma, estudou-se a política educacional relativa aos cursos de engenharia, a gênese da instituição de ensino e o projeto político-pedagógico do curso. Como aporte teórico segue-se o referencial marxista por entender que seus fundamentos são essenciais para a compreensão da realidade na atual fase de acumulação capitalista. A pesquisa empírica evidencia que a formação do engenheiro passa por uma forte integração técnica e comportamental, assim como reafirma que o êxito na profissão continua a ser uma questão de classe. O referencial teórico explica o motivo pelo qual se deu a incorporação dos princípios teórico-metodológicos relativos ao lema Aprender a Aprender no processo de ensino-aprendizagem das engenharias, bem como reafirma que são as necessidades práticas as principais responsáveis pelo desenvolvimento e o estágio das forças produtivas. Palavras chave: Engenharia; Inserção profissional; Formação; Acumulação flexível do capital.