Resumo: Artigo 36132
Gênero, Produção Científica e Institucionalização das Ciências no Brasil (1940-1960) (14,15,16)
Luiz Otávio Ferreira, Nara Azevedo, Fundação Oswaldo Cruz, BrazilMoema Guedes, Unicamp, BrazilBianca Cortes, Fundação Oswaldo Cruz, Brazil.
Apresentação: Wednesday, May 29, 2008 3:45PM - 5:45PM sala 202 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 43 - Chair: Hebe Vessuri
Abstract.
Este trabalho procura somar-se aos esforços que vêm sendo empreendidos para institucionalizar os estudos de gênero, ciências e saúde no Brasil, em especial àqueles relacionados dinâmica institucional das ciências da saúde. Identificar e analisar, qualitativa e quantitativamente, a produção científica das mulheres no período demarcado pelas décadas de 1940 e 1960, é um de nossos principais objetivos. Estruturamos um banco de dados (SPSS) com os artigos de autoria feminina publicados em duas das principais revistas científicas de referência para os estudos em saúde aquela época: Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e Revista Brasileira de Malariologia e Medicina Tropical Além de demonstrar a presença e a contribuição das mulheres cientistas, vis-à-vis a de seus colegas homens, para o desenvolvimento das ciências que integram o campo biomédico, buscamos determinar as diferenças no que se refere à quantidade e temática dos artigos femininos em cada uma das duas revistas, a dinâmica por década dessa produção, as origens institucionais das autoras, as áreas de atuação prevalentes, e a extensão das redes científicas (invisibles colleges) às quais pertenciam. Ao tornar visível o trabalho das mulheres cientistas, entendemos ser possível refletir sobre a estrutura social da ciência no Brasil em um período marcado por mudanças institucionais significativas para a profissionalização da atividade científica, com a criação das universidades e de agências estatais de fomento a pesquisa.