Resumo: Artigo 36130
Biodiesel o óleo filosofal: desafios para a educação ambiental no caldeirão do desenvolvimento sustentável (13, 9, 3, 5, 11, 12)
Jozimar Paes de Almeida, Universidade Estadual de Londrina, Brazil.
Apresentação: Wednesday, May 29, 2008 3:45PM - 5:45PM sala 212 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 42 - Chair: Heloisa Bertol
Abstract.
Nossa investigação resultado de um trabalho desenvolvido junto ao grupo de pesquisa em educação ambiental, Makarios da UEM, teve como objetivo principal, expressar uma contribuição para efetivação de consciência ambiental, por intermédio de reflexão histórica buscando analisar o Programa Nacional de Produção e uso do Biodiesel (PNPB) do Ministério da Ciência e Tecnologia, gerado, ao nosso ver, pela inspiração dos preceitos do desenvolvimento sustentável que preceitua o crescimento econômico como solução para problemas sócio-ambientais. Estamos fundamentados nos princípios do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis, o qual expressa esta educação como um direito de todos, tendo como base o pensamento crítico, inovador, holístico e interdisciplinar para formar cidadãos democráticos com consciência local e planetária, na transformação e construção da sociedade, como um ato político que vise respeitar a autodeterminação dos povos. Pretendemos, assim, com nossa pesquisa contribuir para a constituição de uma consciência ambiental, entendendo como desafios a serem enfrentados as dificuldades em se analisar um problema de essência interdisciplinar, o PNPB, pois o mesmo ao ser aplicado e estudado, se refere aos diversos campos do conhecimento: economia, ecologia, política, engenharia, química, história e educação ambiental entre outros. O programa do biodiesel veio a tornar-se a representação simbólica de um Óleo Filosofal, recuperando na contemporaneidade o sentido da busca dos alquimistas de outrora, que visualizavam na forma da famosa pedra, os elementos mágicos com o poder de transformar em ouro, os objetos por ela tocados. Constituem esta representação: o Programa de governo, os discursos políticos e as análises científicas. A atividade governamental sobre o biodiesel expressa o estabelecimento no Brasil de um Programa de produção em larga escala, que procura se auto-justificar argumentando que, incorporará a mão-de-obra familiar elevando a sua qualidade de vida, diversificará a produção agrícola segundo os tipos de plantas nas diferentes regiões do país, ocupará terras desgastadas pelo uso intensivo e depredatório de práticas de agropecuária, estabelecerá à produção autônoma de energia em locais distantes incorporando estas comunidades a rede de comunicação e cidadania no território nacional, aproveitará de uma tecnologia disponível para a produção de biocombustíveis derivada da experiência com a produção agroindustrial do álcool, eliminará os problemas de poluição na substituição dos combustíveis fósseis os quais ainda possuímos uma pequena dependência de importação (10%), gerando e aproveitando assim importantes recursos: terra, mão-de-obra, tecnologia, mercado consumidor. Enfim, parecendo como um Programa mágico e que neste, ao se pronunciar a palavra biodiesel, a mesma agiria como se fosse sinônimo da expressão mística abracadabra, resolvendo-se assim, profundos problemas sócio-ambientais. Entendemos que não estamos mais no tempo dos contos da Carochinha, mas que estas influências ilusórias continuam a nos afetar, desta forma, vamos buscar na ciência instrumentos e possibilidades de analisar o assunto. Neste contexto o nosso pressuposto teórico concebe o ser humano como sujeito e produto de sua própria ação e reprodução. Desta forma, na natureza o homem é um componente que através de um processo dialético gerado pelo trabalho, dá forma tanto a matéria natural exterior ao seu corpo, como também se transforma corporalmente e mentalmente, isto é, elabora sentidos, constrói valores neste processo dinâmico e reflexivo. Em nossa empreitada, estamos tentando construir sentidos e, analisar criticamente o sentido, desenvolvimento e progresso baseado no crescimento econômico, criado e adotado, quase que majoritariamente, por governos, políticos e cientistas, como se fosse expressão do que há de melhor para a humanidade.