Resumo: Artigo 35951
Incubadoras de empresas no Brasil, quadro a partir das avaliações realizadas no período de 2000-2007 (12, 17, 98, 107)
Maria Alice Lahorgue, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brazil.
Apresentação: Friday, May 30, 2008 3:45PM - 5:45PM sala 210 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 8 - Chair: Germán Sánchez
Abstract.
Existem em torno de 400 incubadoras de empresas no Brasil, num processo de implantação que dura já mais de 20 anos. Trata-se de um movimento importante, que conta com políticas específicas de apoio, destacando-se o Programa Nacional de Incubadoras e Parques Tecnológicos (PNI). Ao longo desses anos, o conjunto de incubadoras foi se diversificando, existindo atualmente incubadoras de base tecnológica, tradicionais, de cultura, sociais e mistas, que realizam pré-incubação, incubação, pós-incubação e incubação externa. O processo de incubação na sua forma mais tradicional seleciona a futura empresa residente mediante análise de seu plano de negócios, presta serviços exclusivamente às empresas residentes, mantém poucos vínculos com as empresas graduadas e não se inclui inteiramente nas estratégias de desenvolvimento local/regional. O amadurecimento do movimento está introduzindo alterações importantes nesse modelo, tornando-o mais flexível e articulado com as demandas locais e regionais. Parte importante das incubadoras já realizam a pré-incubação, como forma de consolidar os planos de negócios dos futuros empreendimentos. Já a pós-incubação permanece uma atividade rara entre as incubadoras de empresas, apesar do interesse declarado por gerentes sobre o aprofundamento das relações com as empresas graduadas, como forma de retroalimentar o processo de incubação, de prestar serviços e, mesmo, de utilizar os empresários graduados como consultores e mentors dos residentes. À medida que as incubadoras acumulam competências (e necessitam novas fontes de recursos), surgem novas oportunidades vinculadas ao tecido produtivo local/regional. A incubação externa é uma das formas de potencializar o uso da expertise da incubadora, atingindo uma quantidade maior de empresas com consultorias, capacitação, coaching e assim por diante. A incubação externa também introduz na gestão da incubadora maior conhecimento do ambiente externo, especialmente para aquelas incubadoras ligadas a universidades e centros de pesquisa. A articulação externa tem se completado com a participação das incubadoras nos projetos de desenvolvimento local/regional, como agente e como instrumento. Sua integração nos sistemas regionais de inovação é importante, pois cumprem a função de interface entre a produção do conhecimento e a produção de bens e serviços, seno, portanto, um instrumento eficaz de introdução de inovações. A atuação de uma incubadora no âmbito de um arranjo produtivo local pode trazer elementos para sua dinamização, pela criação de empresas com maior agregado tecnológico ou que venham solucionar gargalos produtivos, colocando o conjunto das empresas do arranjo em melhores condições de competição. A experiência acumulada dos gestores das incubadoras permite que intervenham na elaboração dos planos de desenvolvimento como agentes, orientando a montagem de políticas de fomento para as pequenas empresas tradicionais e aquelas de base tecnológica. Desde 2000, as agências de fomento, especialmente o CNPq, têm buscado avaliar o setor, de modo a reorientar, eventualmente, suas políticas de apoio. Este trabalho analisa e procura destacar as tendências observadas nas preocupações dos dirigentes do movimento das incubadoras no Brasil e a avaliação que as empresas incubadas fazem do serviço prestado por elas. Foram analisados os resultados de três reuniões de avaliação promovidas pelo CNPq, em 2000, 2004 e 2007. Na última dessas reuniões, foram também analisadas questões referentes aos parques tecnológicos, cujas instituições gestores são, geralmente, as mesmas das incubadoras. Em linhas gerais, essas três reuniões mostraram que alguns problemas são bastante resilientes, pois foram apontados em todas elas. Vários avanços foram constatados na última reunião, numa demonstração de que a oitiva da comunidade das incubadoras resultou em medidas práticas. O lado das empresas foi analisado a partir das mais de 50 entrevistas realizadas durante 2006 com empresários incubados em 20 incubadoras, durante avaliação de resultados dos apoios concedidos pelo CNPq.