Resumo: Artigo 35912
Tecnologias e estratégias de ensino/pesquisa/extensão: a experiência do grupo REGEDI na UFPR Litoral (2, 14, 15, 40, 116)
Nadia Covolan, Daniel Oliveira, Universidade Federal do Parana, BrazilMarcos Signorelli, Universidade Federal do Paraná, Brazil.
Apresentação: Friday, May 30, 2008 3:45PM - 5:45PM sala 211 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 14 - Chair: Jorge Charum
Abstract.
Apresentamos a UFPR Litoral, com destaque para o REGEDI - Grupo Interdisciplinar de Estudos, ensino/pesquisa/extensão em Representações de Gênero e Diversidade, formado por alguns professores de diferentes áreas do saber, cujo objetivo é fazer interagir universidade e comunidade. Para tanto, buscam estratégias que indissociam ensino/pesquisa/extensão, combinando tecnologias duras (equipamentos, artefatos tecnológicos), tecnologias leve-duras (saberes estruturados e conhecimentos técnicos) e tecnologias leves (relações entre as pessoas), com vistas à diminuição das assimetrias de gênero e promoção de respeito à diversidade. A UFPR Litoral é a mais nova unidade da Universidade Federal do Paraná, inaugurada em 2005. Situa-se em Matinhos, litoral paranaense, região que abrange 7 municípios, com população estimada em 300.000 habitantes e os menores IDH do Estado. O Projeto Político Pedagógico (PPP) da UFPR Litoral é moldado a partir de projetos elaborados pelos três atores do processo: - estudantes: projetos de aprendizagem com foco nas comunidades regionais; - professores: ações docentes voltadas ao desenvolvimento sustentável da região; - instituição: ações integradas com as políticas públicas. As Interações Culturais e Humanísticas ICH, representam 20% da carga horária curricular, e constituem encontros semanais dos diferentes cursos para articulação dos saberes científicos, culturais, populares e pessoais. Os PPP dos cursos são construídos por câmaras técnicas, com professores de diferentes formações, que buscam convergir as diretrizes curriculares com os projetos, para compor módulos interdisciplinarmente articulados, a partir de uma lista de temas considerados relevantes. Sem grades curriculares pré-estabelecidas que, se por um lado trazem segurança, por outro bloqueiam a criatividade, nosso exercício constante. Com cotas raciais, sociais, indígenas e ocupação de vagas ociosas, mais de 60% dos ingressos são de moradores locais. O perfil dos estudantes é marcado pela predominância de mulheres, com expressiva participação de estudantes com mais de 30 anos. Os cursos são voltados à realidade local, caracterizada por oferta de trabalho sazonal (nos meses de verão), altos índices de prostituição infantil, DST, tuberculose, gravidez adolescente, violência doméstica e urbana e falta de equipamentos sociais e de saúde para atendimento da população. Na certeza de que a diminuição das assimetrias entre os gêneros e a tolerância à diversidade, constitui o fundamento para o desenvolvimento sustentável e a construção de uma sociedade mais solidária, um grupo de professores funda o REGEDI. Vários módulos de gênero/etnia em saúde, trabalho e meio ambiente foram organizados nos cursos. Neste ano, em parceria com o GETEC (Grupo de Estudos de Gênero e Tecnologia) da UTFPR e Secretaria de Educação e Cultura de Matinhos, promoveu-se a capacitação Refletindo Gênero na Escola: a importância de repensar conceitos e preconceitos, onde foram trabalhados os conceitos de gênero/diversidade sexual, na ciência, tecnologia e mídia. A participação ativa de mais de 80 atores da educação trouxe resultados que apontam para a criação de uma massa critica sobre a temática na cidade. O ano finalizará com o primeiro numero da revista digital DIVERS@, que objetiva ser meio de socialização e integração inédita entre academia e comunidade acerca de experiências individuais e conjuntas. Nesse sentido, tem-se mobilizado estudantes e comunidade em reflexões e ações que desnaturalizam representações de gênero/diversidade, problematizando a racionalidade instrumentalizada e apontando para outra, intersubjetiva e plural. Discutem-se as possibilidades dos usos das tecnologias sociais na Academia, trabalhando com a temática gênero, enquanto exercício que altera o modo de ver teorias, métodos e aplicações, nos saberes e fazeres. Desvelando, assim, novos sentidos nas práticas de ensino-aprendizagem.