Resumo: Artigo 35723
Inclusão digital tem que ser política pública: o aspecto coletivo da construção de fatos (26, 61, 111)
. Jefferson Manhães, CEFET Campos, Brazil.
Apresentação: Wednesday, May 29, 2008 3:45PM - 5:45PM sala 205 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 31 - Chair: Maria Costa
Abstract.
Inclusão digital tem que ser política pública: o aspecto coletivo da construção de fatos (26, 61, 111). Palavras Chaves: Inclusão Digital, Política Pública, Teoria Ator-Rede. Até o ano de 2000, o projeto de Inclusão Digital de maior vigor no Brasil era o da ONG Comitê para Democratização da Informática, constituído por Núcleos de Informática denominados EICs (Escolas de Informática e Cidadania), sustentados por doações de pessoas físicas e pela iniciativa empresarial privada, tendo como foco, a qualificação dos moradores de comunidades periféricas, no uso dos aplicativos básicos de informática e manutenção de computadores (a maior parte das EICs no Brasil, à época, não tinham acesso à Internet). No ano 2000, começa a ser articulado, na região do Capão Redondo, na periferia da cidade de São Paulo, um projeto de inclusão digital denominado Sampa.org que, de acordo com seus idealizadores, buscava ser uma espécie de laboratório experimental de uma proposta de política pública na área das Tecnologias de Informação e Comunicação para a cidade de São Paulo, como parte do Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores (PT) na disputa eleitoral pela Prefeitura de São Paulo. O principal objetivo do Sampa.org era o de construir uma Rede Pública de Comunicação e Informação, tendo a rede de telecentros como sua infra-estrutura tecnológica de acesso. Com a vitória do Partido dos Trabalhadores, foi criada, em 2001, na estrutura administrativa da Prefeitura de São Paulo, a Coordenadoria de Governo Eletrônico, responsável pela elaboração e implantação do projeto de inclusão digital da cidade de São Paulo, denominada projeto Telecentros, que teve como um de seus referenciais a experiência concreta do Sampa.org. O projeto de inclusão digital da Prefeitura de São Paulo chegou a instalar 124 telecentros, no final do ano de 2004, sendo a maioria deles localizados nas áreas mais pobres da cidade. Ao longo do processo de construção desses dois projetos na periferia da cidade de São Paulo, Sampa.org e Telecentros, entrou em cena a proposição Inclusão Digital tem que ser Política Pública. Neste artigo buscamos mostrar como esta proposição foi articulando e mobilizando novos atores e se fortalecendo como uma afirmação verdadeira, um fato, nos termos utilizados por Bruno Latour. Segundo Latour, por si mesma, uma sentença não é nem fato nem ficção; torna-se um ou outra mais tarde graças a outras sentenças...o destino da afirmação, ou seja, sua definição como fato ou ficção, depende de uma sequência de debates ulteriores...o destino das coisas que dizemos e fazemos está nas mãos de quem as usar depois...em suma, a construção de fatos e máquinas é um processo coletivo (LATOUR, 2000: 45 a 53). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (LATOUR, 2000) LATOUR, Bruno. Ciência em Ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. Tradução de Ivone C. Benedetti; revisão de tradução Jesus de Paula Assis. São Paulo: Editora UNESP, 2000. 438 p.