Resumo: Artigo 35580
Avaliando as perdas comunicativas nas relações sociais de um grupo de idosos com traços depressivos (8, 10, 12, 26, 36, 61)
Adriano Pasqualotti, Universidade de Passo Fundo, BrazilDante Augusto Couto Barone, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, BrazilJohannes Doll, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brazil.
Apresentação: Thursday, May 29, 2008 3:45PM - 5:45PM sala 205 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 27 - Chair: Jonatas Ferreira
Abstract.
Com o prolongamento do tempo de vida aparecem novos problemas com os quais os profissionais da área da gerontologia precisam aprender a lidar. A depressão tem se constituído em preocupação especial para os profissionais da área da saúde, uma vez que seu impacto, além de envolver os idosos doentes, também abarca um universo significativo de pessoas, de modo especial os familiares, e, particularmente, os cuidadores. A depressão no idoso por muito tempo foi considerada como uma característica típica da velhice, pois a maioria dos estudos era realizada em instituições asilares. Apesar dessa doença não ser uma característica típica da velhice, configura-se atualmente como um problema social que necessita de intervenções eficazes para que essas pessoas, além de somarem mais anos às suas vidas, também possam desfrutar desse tempo com qualidade e produtividade. Os estudos gerontológicos, principalmente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, carecem de pesquisas sobre a importância dos espaços comunicativos e seus reflexos nos processos de interação social com sujeitos que apresentam traços depressivos. O estudo parte da relação observada entre as perdas comunicativas e os estados depressivos em idosos. Define a comunicação como um processo de interação que permite o estabelecimento de relações produtivas e a construção da identidade social. A hipótese central reside no pressuposto de que a comunicação e a interação são variáveis decisivas para a promoção e manutenção da saúde mental. Para confirmar ou refutar essa hipótese examinam-se os eventos que deram início ao processo de manifestação dos sintomas depressivos em atendidas em programas de Saúde. O estudo justifica-se pela preocupação existente com os processos desencadeadores da depressão nas pessoas idosas, delimitando a investigação às variáveis biopsicossociais e de saúde intervenientes na manifestação da doença, bem como em relação aos recursos tecnológicos de comunicação e interação utilizados para sua superação. Tem como objetivo geral avaliar a interface entre a perda dos espaços comunicativos e de saúde e analisar como essas perdas atuam na formação das perturbações depressivas num grupo de idosos portadores de depressão. Como objetivos específicos busca-se avaliar os fatores limitantes de comunicação e de saúde no processo da formação depressiva de idosos; descrever, na percepção dos idosos, os espaços de comunicação e as suas formas de intervenção no processo da morbidade; descrever o impacto da doença depressiva no âmbito existencial, no contexto familiar e comunitário e em outros lugares na compreensão dos idosos; descrever as formas de intervenção utilizadas pelos idosos e seus familiares para minimizar os processos desencadeadores da doença. Busca-se esclarecer os riscos biológicos, psicológicos e sociais na incidência e manifestação da depressão, isto é, o peso dos aspectos biopsicossociais incidentes no processo de manifestação da doença e as possíveis intervenções tecnológicas. Para isso, as seguintes questões foram respondidas: Que eventos deram início ao processo da doença? Quais as perdas comunicativas e de que forma atuam na configuração da doença? Quais as disposições ou motivações dos sujeitos para o enfrentamento da depressão no processo do desenvolvimento? Quais as possíveis experiências comunicativas realizáveis pelos doentes? Como os sintomas depressivos se manifestam nas experiências comunicativas? E como as experiências comunicativas podem colaborar na superação do estado depressivo?