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Coordenadores: ANDERSON FERNANDES DE ALENCAR (Doutor(a) - Universidade Federal Rural de Pernambuco), GILSON LEANDRO QUELUZ (Pós-doutor(a) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná), JOSÉ ERNESTO DE FÁVERI (Doutor(a) - UNIDAVI), LUIZ ERNESTO MERKLE (Doutor(a) - Univerisidade Tecnológica Federal do Paraná), NORMA CORTES (Pós-doutor(a) - Instituto de História da UFRJ), RODRIGO FREESE GONZATTO (Doutorando(a) - PUCPR)Resumo:
Álvaro Borges Vieira Pinto foi um pensador brasileiro, cujas ideias obtiveram reconhecimento em toda a América Latina e exploraram diversos campos disciplinares, como a filosofia, a educação, a demografia, a ciência, a tecnologia e a cibernética. Nascido em Campos de Goytacazes, em 1909, e falecido no Rio de Janeiro, em 1987, ele viveu a maior parte de sua vida no Rio, mas esteve também em França, pesquisando para sua tese de doutoramento, e na Iugoslávia e no Chile, em virtude do seu exílio durante a ditadura brasileira. Sua obra foi escrita principalmente entre as décadas de 1950 e 1980 expressando uma singular intersecção entre Ciência, Tecnologia e Sociedade — ele foi pioneiro no debate do que atualmente é reconhecido como PLACTS (Pensamento Latino Americano em Ciência, Tecnologia e Sociedade). Atualmente, tanto a pesquisa sobre Vieira Pinto quanto os estudos que mobilizam suas ideias como referencial têm crescido e assistimos à publicação de teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso, resenhas, novos artigos etc. Com efeito, para além da percepção do autor como ideólogo isebiano, vemos emergir estudos interessados em dialogar com a singularidade das múltiplas temáticas abarcadas em sua obra. Essa renovação do interesse pelo pensamento de Vieira Pinto foi estimulada com a publicação dos manuscritos de 'O Conceito de Tecnologia', livro póstumo publicado em 2005. A fim de marcar a data de 10 anos dessa publicação, estimulando o diálogo entre pesquisadores e pesquisadoras do filósofo, este GT promove a reunião de trabalhos sobre o pensamento de Álvaro Vieira Pinto e sua obra, assim como estudos que mobilizem seus conceitos e ideias, nos mais diversos campos disciplinares. Ademais, também pretendemos que este GT resulte na elaboração de um livro sobre o pensamento de Álvaro Vieira Pinto.
GT-02: Ciência e direito na coprodução dos fatos tecnocientíficos
Coordenadores: ANDRÉ RICARDO CRUZ FONTES (Doutor(a) - Uni-Rio), DANIELE MARTINS DOS SANTOS (Doutorando(a) - HCTE/UFRJ), ISRAEL JESUS ROCHA (Doutorando(a) - Bolsista)Resumo:
As imbricações entre ciência e direito na coprodução de fatos são um dos temas mais caros aos Estudos sociais sobre ciência e tecnologia. Estes sugerem que não só os cientistas coproduzem fatos (“de direito”) mas também juristas coproduzem fatos (“de ciência”). É comum, nos tribunais e órgãos legislativos, que sejam realizadas perícias ou audiências públicas, nas quais cientistas (“experts”) das áreas mais diversas são chamados para se pronunciarem e emitirem pareceres. Esses encontros entre cientistas e juristas podem mostrar as presunções de ambos os experts e o tratamento que elas recebem na resolução de uma controvérsia. A importância desse tema parte da ideia segundo a qual, muitas vezes, os tribunais são instituições que dão forte voz e significado às questões entre a comunidade e suas criações tecnológicas. Na contemporaneidade, o direito, nesse movimento, não só interpreta os desdobramentos da tecnociência no cotidiano, mas também intervém na configuração do ambiente no qual aquela adquire significado, utilidade e força. Esse grupo de trabalho sugere que, em alguns casos, o processo judicial pode ser tratado como um ator que desdobra cenas na construção do fato tecnocientífico e passa a fazer parte dela, intervindo nas opções e decisões que configuram o fato científico em sua eventual estabilização (provisional). Assim, além de transportar informação, o processo judicial, como mediador, transporta e traduz questões de fato entre os domínios da ciência e do direito, modificando-as. Neste sentido, propomos discutir os modos pelos quais magistrados, partes processuais, experts vão se encontrar e coproduzir ciência e direito no desdobrar de uma controvérsia."
GT-03: Ciência e Techné na História
Coordenadores: FUMIKAZU SAITO (Pós-doutor(a) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), MARIA HELENA ROXO BELTRAN (Pós-doutor(a) - PUCSP), THOMÁS A. S. HADDAD (Pós-doutor(a) - Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP)Resumo:
Recentes estudos pautados em vertentes historiográficas atuais vêm reforçando a necessidade de se discutir a relação entre ciência, técnica e tecnologia na interação entre o saber e o fazer. Tais estudos buscam compreender não só o desenvolvimento e elaboração do conhecimento científico, técnico e tecnológico, mas também analisar a natureza de suas relações. Desse modo, vários enfoques têm sido dados às questões concernentes ao método experimental, ao trabalho de laboratório e ao uso de equipamentos e outros instrumentos, à relação entre ciência e indústria, entre ciência, tecnologia e trabalho, entre muitos outros. Mas, embora tais estudos históricos tenham buscado compreender e descrever a natureza da relação entre ciência, técnica e tecnologia, pouco se têm feito a respeito da transmissão destes conhecimentos, bem como discutido acerca dos suportes nos quais tais conhecimentos são veiculados e suas implicações no desenvolvimento de novos conhecimentos científicos, técnicos e tecnológicos.
Pode-se dizer que instrumentos e imagens, produtos do trabalho artesanal (técnico) passaram a fazer parte representativa das novas formas de elaboração de conhecimentos sobre a natureza e as artes (technai) propostas nas origens da ciência moderna. Documentos referentes à construção e ao uso de instrumentos na investigação da natureza, bem como imagens registrando conhecimentos sobre a natureza e as artes guardam antigos registros de interações entre ciência e técnica, cuja análise pode contribuir para a necessária reflexão sobre as relações entre ciência e tecnologia em nossos dias. Entretanto, várias foram as formas de registro e transmissão de conhecimentos teóricos e técnicos em épocas e culturas diferentes, cuja análise pode ser mais aprofundada. Assim, este GT tem o objetivo de refletir e discutir sobre variadas possibilidades de interação entre ciência e técnica, tendo por foco as diferentes formas de registro e transmissão de conhecimentos sobre a natureza e as artes (technai). Propõe-se abranger nessa temática trabalhos que tratem desde a própria fatura dos documentos (textos, instrumentos, imagens etc.) até sua análise contextual.
GT-04: Cosmopolíticas nas manipulações etno(carto)gráficas
Coordenadores: LUÍS GUILHERME RESENDE DE ASSIS (Doutorando(a) - IFG-Campus Anápolis), SUZANE DE ALENCAR VIEIRA (Doutor(a) - Universidade Federal de Goiás)Resumo:
Ao sugerir novas articulações, que extrapolam a dicotomia natureza e política, nas quais o “cosmos” evoca uma multiplicidade de “outros” (humanos e não-humanos) como vetores de criação e de modificação da política, as "Cosmopolíticas" tornam perceptíveis processos e elementos que restariam escamoteados nas práticas políticas e científicas convencionais. Considerando esse marco de reflexão, promovemos neste GT um espaço de debate sobre os desdobramentos teóricos e metodológicos da noção de cosmopolítica, que reúna diferentes experimentações "cosmopolíticas", derivadas da investigação de práticas de conhecimento científicas e minoritárias, modos de viver e conhecer, em interação conflitiva, colaborativa, comutativa.
A palavra "cosmopolítica" vêm sendo pensada por diferentes tradições intelectuais e abre margem para várias possibilidades de instrumentação analítico-descritiva. Tomaremos a proposta cosmopolítica da filósofa da ciência Isabelle Stengers como mediadora da plasticidade e das múltiplas experimentações "cosmopolíticas" no campo da antropologia. São muito bem-vindas pesquisas etnográficas e cartografias de controvérsias, convivências, técnicas, fluxos epistemológicos ou "praxiológicos" em contextos como a ecologia política, desastres ambientais, mudanças climáticas, geopolíticas das ciências, biodiversidade e propriedade intelectual, entre outros contextos de pesquisa. Este GT busca colocar em interação variadas flexões do termo cosmopolítica nas manipulações etno(carto)gráficas.
GT-05: Dimensões da História e Memória da Informática no Brasil
Coordenadores: LUCAS DE ALMEIDA PEREIRA (Pós-doutorando(a) - Universidade Federal do ABC), MARCELO VIANNA (Doutorando(a) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul / CNPq), MARIA GABRIELA SILVA MARTINS DA CUNHA MARINHO (Doutor(a) - Universidade Federal do ABC (UFABC))Resumo:
Em 1958 a Imprensa comemorava a entrada do país na era dos “cérebros eletrônicos”, designação para computadores na época. A aquisição do UNIVAC 120 para o Departamento de Aguas de São Paulo, embora não exatamente um computador, foi um marco para a Informática brasileira, seguido por um número cada vez maior de importações destes equipamentos no país. Entre esse período embrionário e o nosso presente transcorre uma história marcada pelo embate entre autonomia e dependência tecnológica.
Ao longo da década de 1960 houve a inserção do Brasil no mercado do processamento de dados baseado na importação de equipamentos, geralmente obsoletos e utilizado em serviços burocráticos. Com advento do Regime Militar, os computadores passaram a se tornar figura chave no projeto de desenvolvimento do governo. Tal perfil seria confirmado na década seguinte, com a criação de um órgão regulador (a CAPRE) e o nascimento de uma indústria nacional de informática, lideradas pela estatal Cobra. Os anos 1980 foram marcados pela polêmica Lei de Informática, formalizando uma reserva no mercado para computadores e periféricos nacionais. A partir dos anos 1990, houve uma redefinição dos rumos da Informática no país, com a abertura do mercado para empresas estrangeiras, o colapso de boa parte das indústrias nativas, o advento da Internet comercial e a relativa popularização da Informática.
Este breve resumo é apenas uma dimensão da História da Informática do país, mas evidencia sua riqueza e as possibilidades que o campo apresenta aos pesquisadores. O objetivo deste GT é congregar trabalhos em torno da História e da Memória da Informática no Brasil sob seus mais diversos aspectos. Serão aceitos trabalhos com temas afins com o GT, tais como:
- História e Política Nacional de Informática;
- História de instituições e biografias ligadas à Informática;
- Memória e História Oral: a História da tecnologia contada por seus agentes;
- História do uso de tecnologias de informação no Ensino e na Cultura;
- Problemas sociotécnicos advindos da comunicação em redes;
- Questões metodológicas sobre a escrita da História na era do suporte digital;
- Arquivos, museus e projetos de manutenção de memórias referentes à Informática;
- “Pré-História” da Informática: experiências de mecanização no Brasil;
- Experiências alternativas: software livre, cultura hacker.
GT-06: Elementos e dinâmicas de desenvolvimento no contexto das cidades do século XXI
Coordenadores: FAIMARA DO ROCIO STRAUHS (Pós-doutor(a) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná), FLÁVIA LUCIANE CONSONI DE MELLO (Pós-doutor(a) - DPCT/ Unicamp), ROSANA ICASSATTI CORAZZA (Doutor(a) - Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT - IG/UNICAMP))Resumo:
I) Justificativa/relevância:
Como nas principais cidades no passado, as cidades, por meio de seus protagonistas, precisam se reinventar constantemente, de modo inteligente, criativo, inovador, buscando o bem-estar de todos os cidadãos. Um fator, ao mesmo tempo, facilitador e indispensável neste processo, são as tecnologias de informação e comunicação. Por outro lado, o repensar o território citadino, na sociedade do conhecimento, envolve considerar e entender o papel dos atores locais, os utilizadores das TICs, geradores do conhecimento e tomadores de decisão. Esses atores são, variavelmente, conectados a redes de relações sociais, capazes de aprender, competitivas, cooperativas, mobilizadas e coordenadas e implicadas em projetos de desenvolvimento sustentável local. Neste quadro, mostram-se imprescindíveis os estudos prospectivos. As mudanças são portadoras de múltiplas incertezas econômicas, tecnológicas e sociais que os homens e as organizações devem integrar em suas estratégias. A prospectiva não pretende eliminar esta incerteza por uma predição ilusória. Ele visa somente, e isto já é muito, reduzi-la tanto quanto possível, e tomar decisões que vão ao sentido do futuro desejado (GODET, 2007).
Objetivos
Debater a relação de elementos como conhecimento, tecnologia, inovação e prospecção com as perspectivas das cidades: seus problemas, suas possíveis soluções, seus conceitos, seus atores, suas atividades e suas estratégias de fomento ao desenvolvimento sustentável e à criatividade.
Delimitação da temática do GT
1. A cidade do século XXI: inovadora, sustentável, criativa, inteligente, em rede;
2. Criação e Gestão do conhecimento local;
3. Prospecção relacionada às cidades;
4. Tecnologia e inovação no contexto das atividades do território citadino;
5. Aprendizagem territorial;
6. Bem-estar nas cidades;
7. O papel das TICs na consolidação de projetos de cidades inteligentes;
8. Planejamento, construções e paisagens urbanas.
9. Política públicas voltadas à cidade.
GT-07: Estudos CTS e Educação CTS: Articulações Pertinentes
Coordenadores: ANA LUCIA LAGE PEREIRA (Doutor(a) - Instituto de Humanidades, Artes e Ciências IHAC/UFBA), EDSON JACINSKI (Doutor(a) - UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PONTA GROSSA), IRLAN VON LINSINGEN (Doutor(a) - UFSC), SUZANI CASSIANI (Pós-doutorando(a) - UFSC)Resumo:
Este Grupo Temático propõe discutir questões relacionadas às articulações entre os campos da Educação CTS e dos Estudos CTS e suas implicações sociotécnicas. Pretende reunir pesquisas que se ocupam das articulações da educação científica e tecnológica com a sociologia, filosofia, história e antropologia das ciências e das tecnologias. Especificamente, propõe aprofundar aspectos das contribuições que os estudos CTS oferecem à Educação CTS em todos os níveis e modalidades de formação em ciência e tecnologia, bem como outros aspectos silenciados e/ou ausentes que podem contribuir com os estudos CTS.
Objetivos
- Mapear os estudos sobre a educação científica e tecnológica que contemplem abordagens articuladas com os Estudos CTS, as Epistemologias do Sul e os Estudos de Colonialidade.
- Discutir os papéis dos atores da educação científica e tecnológica – docentes, discentes, comunidade, Estado, em relação às questões propostas neste GT.
- Discutir as tendências educacionais relacionadas aos distintos olhares sobre CTS e sobre a educação científica e tecnológica, incluindo questões ambientais e de gênero;
- Debater trabalhos de investigação em ensino de ciências e tecnologias com perspectiva CTS nos diversos níveis e modalidades de educação (formal, não formal e informal).
Temáticas sugeridas: Institucionalização do ensino de CTS na América Latina; Questões curriculares sob enfoque CTS e dinâmicas de avaliação regidas por organismos multilaterais; Educação CTS e Tecnologias para Inclusão Social em contextos locais latino-americanos e da CPLP; Divulgação Científica e Apropriação social da ciência e da tecnologia; Políticas públicas e Educação CTS; Articulações entre a pedagogia de Paulo Freire e CTS no ensino de Ciências e Tecnologias; Redes sociotécnicas, controvérsias sociocientíficas e sociotécnicas e suas possibilidades temáticas para a formação científica e tecnológica; Linguagem no ensino de Ciências e Tecnologia. Discursos das ciências e das tecnologias na educação; Contribuições das Epistemologias do Sul e dos Estudos de Colonialidade do saber/poder ao campo da Educação CTS e das cooperações educacionais internacionais, com ênfase nas relações sul-sul; Democracia e cidadania sociotécnica na formação científica e tecnológica; Ecologias de Saberes: pluralidade das práticas científico-tecnológicas que incluam, acolham e deem visibilidade a saberes outros
GT-08: Estudos CTS, Práticas Psi e Modos de Produção de Subjetividades
Coordenadores: ARTHUR ARRUDA LEAL FERREIRA (Pós-doutor(a) - Universidade Federal do Rio de Janeiro), MARTINHO BRAGA BATISTA E SILVA (Doutor(a) - Instituto de Medicina Social - UERJ)Resumo:
O objetivo deste GT é abrir espaço para apresentação de pesquisas e estudos sobre práticas psi em distintos arranjos locais. Optamos pela designação práticas psi (e não práticas psicológicas) buscando tornar mais porosas as fronteiras de delimitação entre o que é pensado como específico das competências profissionais e epistêmicas da psicologia e um conjunto de conhecimentos e práticas vizinhas, que podem por vezes terem posições assimétricas ou não reconhecidas pelos saberes estabelecidos e demarcados. Assim, dentro de um princípio de simetria serão considerados por exemplo estudos e práticas denominadas neurocientíficas, psiquiátricas, psicofarmacológicas, etológicas, de gestão, reabilitação auto-ajuda, enhancement e meditação. O único critério sugerido é que os trabalhos não busquem a avaliação destes saberes e práticas em torno de sua eficácia como tradicionalmente é feito, mas dentro de uma rede social e técnica, ao modo dos Estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Assim por exemplo esperamos que os trabalhos possam descrever as múltiplas condições históricas do surgimento de seus dispositivos, ou seus modos de tradução e disseminação locais, ou as formas como circunscrevem comunidades técnico-científicas em tornos destas técnicas, ou ainda o modo como arregimentam interesses institucionais, e os meios com que se relacionam com seus pesquisados, clientes e pacientes, produzindo ao fim uma “cultura local”, com efeitos coletivos e subjetivantes.
GT-09: Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia e as Mudanças Climáticas
Coordenadores: MARKO MONTEIRO (Pós-doutor(a) - UNICAMP), RAONI RAJÃO (Doutor(a) - UFMG), TIAGO RIBEIRO DUARTE (Pós-doutorando(a) - Universidade de Brasília)Resumo:
Desde os anos de 1990, quando as mudanças climáticas emergiram internacionalmente enquanto um problema ambiental de natureza global, pesquisadores/as dos Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia (ESCT) ao redor do mundo têm se interessado pelo tema. No Brasil há também um número crescente de pesquisadores/as dos ESCT desenvolvendo pesquisas sobre diversos aspectos vinculados à produção, comunicação e legitimação de conhecimento e de políticas públicas relacionadas ao clima. Estas pesquisas são relevantes tanto do ponto de vista do desenvolvimento teórico dos ESCT quanto com relação à possibilidade de aprimorar a produção de conhecimento nas ciências climáticas e a elaboração de políticas para o clima. O Brasil tem tido um papel preponderante nas negociações internacionais relativas ao clima e às emissões, além de ter participado da construção de políticas variadas em nível local, nacional e internacional que buscam lidar com problemas relacionados ao clima. A crescente preocupação com o aquecimento e o número cada vez maior de projetos científicos preocupados com o clima mostra a relevância desse tema na agenda científica nacional e global.
Este GT tem como objetivo reunir pesquisadores/as que estudam sob o ponto de vista dos ESCT uma diversidade de temas vinculadas às mudanças climáticas, incluindo, mas não restrito a:
. As dinâmicas sociais da construção de conhecimento sobre o clima
. Colaboração interdisciplinar dentro das ciências climáticas
. Controvérsias científicas e políticas sobre as mudanças climáticas
. Entendimento público das ciências climáticas
. Políticas públicas para o clima e sua relação com a ciência
. Participação pública na formulação de políticas climáticas
. Movimentos sociais e as mudanças climáticas
. Ciências climáticas e saberes tradicionais
. Tecnologias de monitoramento e a construção de percepções do clima
. Conhecimentos não-científicos e as mudanças globais
. A problemática ambiental nos ESCT e a questão climática
. Modelos climáticos regionais e globais
GT-10: Estudos Sociais da Tecnologia e Expertise na Engenharia
Coordenadores: FRANCISCO DE PAULA ANTUNES LIMA (Pós-doutor(a) - UFMG), RODRIGO RIBEIRO (Pós-doutor(a) - UFMG)Resumo:
O campo da engenharia e das plantas industriais são microcosmos para se estudar e atuar em várias das questões encontradas nos Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia. Exemplos de tópicos a serem analisados em mais profundidade e para os quais buscam-se soluções: 1) como acelerar o desenvolvimento de habilidades tácitas de novatos; 2) como qualificar e “rastrear” a experiência necessária para a percepção e ação; 3) como cognição e experiência incorporada se entrelaçam na ação situada; 4) como tratar controvérsias técnicas quando tecnologias – tanto de fronteira como estabilizadas – não funcionam no “chão de fábrica” como esperado; 5) como auxiliar gerentes tecnicamente leigos a escolher entre opções mutuamente excludentes vindas de diferentes experts; 6) como facilitar a interação entre indivíduos vindo de diferentes formas de vida, especialmente quando as plantas industriais são construídas em áreas remotas; e 7) como lidar com as lutas de poder entre “conhecimento científico versus local” encontradas nas inter-relações entre “projetistas versus usuários”, “engenheiros e gerentes versus supervisores e operadores” e “fornecedores estrangeiros de equipamentos versus compradores locais”. Nesta sessão nós buscamos relatos de pesquisa de campo e de pesquisas-ação que discuta ou expanda tais tópicos. O objetivo é demonstrar como acadêmicos da área de Estudos de Ciência e Tecnologia têm um papel em projetar novas maneiras de olhar e lidar com problemas práticos encontrados na engenharia.
GT-11: Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias em Saúde Sexual e Reprodutiva
Coordenadores: ANDREZA RODRIGUES NAKANO (Doutor(a)), CLAUDIA BONAN JANNOTTI (Pós-doutor(a) - Fundação Oswaldo Cruz), CRISTIANE DA SILVA CABRAL (Pós-doutor(a) - Faculdade de Saúde Pública - USP), LUIZ ANTONIO DA SILVA TEIXEIRA (Doutor(a) - Fiocruz)Resumo:
A incorporação de tecnologias médicas em saúde sexual e reprodutiva tem ocorrido aceleradamente no Brasil, principalmente a partir da segunda metade do século XX. Tecnologias de imagem e genéticas para controle da gestação, cirurgialização do nascimento, hormônios sexuais, medicamentos para disfunções sexuais, tecnologias de rastreio do câncer de colo uterino, vacina do HPV, mamógrafos e técnicas de reprodução assistida são algumas das inovações tecnológicas que remodelaram as práticas de saúde sexual e reprodutiva. A biografia social dessas tecnologias, em geral, começa no setor privado e sem regulação ou controle social, o que tem favorecido sua cooptação por lógicas de mercado. Sua incorporação e seus usos sociais nos segmentos públicos e privados de saúde podem apresentar aspectos convergentes e divergentes, e reatualizar ou transformar normas sociais que reproduzem diferenciais de classe, gênero, étnico-raciais e outras. Além disso, sendo maciçamente tecnologias de saúde dirigidas a pessoas saudáveis ou pessoas não-doentes, elas tem fomentado ressignificações nos discursos sobre segurança, risco, promoção, prevenção e melhoramento da saúde, do corpo e da performance social. Este Grupo de Trabalho visa reunir pessoas interessadas em discutir essas questões na perspectiva dos estudos sociais das ciências e das tecnologias.
GT-12: Experiências contemporâneas em Antropologia da Ciência e da Tecnologia: etnografia, grandes projetos e escala planetária (ou não)
Coordenadores: EDUARDO VIANA VARGAS (Pós-doutor(a) - UFMG), GUILHERME JOSÉ DA SILVA E SÁ (Pós-doutor(a) - Universidade de Brasília)Resumo:
Desde a virada do milênio a antropologia da ciência e da tecnologia tem apresentado um vigoroso crescimento no Brasil. Partindo deste cenário, temos interesse em promover neste GT um debate que possa igualmente refletir sobre o que foi produzido localmente sobre o tema nos últimos 15 anos e mapear as pesquisas que se encontram em andamento no Brasil.
Não faz muito tempo os estudos sociais da ciência e da tecnologia se dividiam basicamente entre as etnografias de laboratório e a investigação das práticas cotidianas de produção de conhecimento, de um lado, e, de outro, os estudos dos projetos de big science que mobilizavam grande volume de recursos e de pesquisadores, além de redefinirem a magnitude da chamada pesquisa de base. O cenário contemporâneo, por sua vez, nos oferece um panorama que borra as fronteiras epistêmicas entre os estudos de laboratório e os sobre grandes empreendimentos técnico-científicos. A materialização de projetos de macro engenharia como as construções de barragens e a transposição de rios, os sistemas de escoamento de produção integrados às redes de transporte, projetos de recuperação de biomas e a construção de macroestruturas como aceleradores de partículas, nos fornece um novo contexto em que nos deparamos com uma questão de escala. A dimensão titânica de tais projetos tecno-científicos altera o seu próprio sentido: se em escala menor eles podem ser tratados como produtos de “ciência aplicada”, em escala titânica são capazes de interferir nas dinâmicas do próprio Planeta. Interesse-nos conectar e discutir experiências etnográficas realizadas em processos como estes, os quais parecem redefinir a agenda dos estudos sociais da ciência e da tecnologia para o século XXI.
Desta forma, receberemos trabalhos etnográficos que abordem grandes empreendimentos técnico-científicos; alternativamente receberemos também trabalhos etnográficos que abordem empreendimentos técnico-científicos de menor escala, desde que escala seja tema central nestes trabalhos. Seja como for, receberemos trabalhos que sejam representativos do que vem sendo feito na antropologia da ciência e da tecnologia brasileira nos últimos anos.
GT-13: Expertise, deliberação de empreendimentos sociotécnicos e culturas de investigação científica e tecnológica
Coordenadores: ADRIANO PREMEBIDA (Doutor(a) - FDB), DANIELA ALVES DE ALVES (Pós-doutor(a) - UFV), LÉO PEIXOTO RODRIGUES (Doutor - Universidade Federal de Pelotas)Resumo:
O objetivo deste grupo temático é fomentar discussões e arregimentar trabalhos, teóricos e/ou empíricos, que versem sobre as relações entre o teórico, o técnico e o social na construção e difusão de artefatos e conhecimentos baseados em ciência e tecnologia. A convergência tecnológica, a integração de grandes programas de pesquisa e políticas institucionais – voltadas ao fomento de dinâmicas de culturas de inovação - produzem mudanças em ambientes de produção tecnológica e científica e relevantes efeitos de difusão dos conhecimentos e produtos na vida contemporânea. A densidade tecnológica na cultura material contemporânea estimula uma série de controvérsias – sejam elas epistemológicas, de natureza teórica, metodológica ou de aplicabilidade de técnicas – que envolvem cientistas, engenheiros, políticos, gestores e cidadãos, principalmente com relação às bases de credibilidade e autoridade da expertise frente a decisões em um ambiente público e democrático. Os estudos sociais das ciências e das tecnologias têm estruturado novas abordagens teóricas sobre a construção da expertise técnica e científica, com especial atenção às formas de incorporação de conhecimento tácito e abordagens formais e informais de tomada de decisão em projetos complexos. Com este grupo pretendemos examinar quatro grandes linhas temáticas:
a) reflexões teóricas que visem ao efetivo redesenho de modelos práticos/empíricos do fazer científico
b) a construção contemporânea da expertise e da prática científica;
c) as controvérsias e deliberações sobre empreendimentos tecnocientíficos; e,
d) os riscos das novas tecnologias e os impactos potenciais na economia, na cultura e no ambiente sociopolítico.
A delimitação temática orbitará os seguintes eixos:
- Culturas de pesquisa em ciência
- Relações entre ciência, tecnologia e políticas: incorporação da tecnociência em práticas de governança;
- Reflexão sobre a ética e desenvolvimento científico e tecnológico;
- Deliberação democrática e modelos de decisão em empreendimentos sociotécnicos;
- Modelos e resultados de financiamento em áreas estratégicas de conhecimento;
- O discurso do risco, governo da incerteza e os grandes empreendimentos tecnológicos;
- O problema da divisão ontológica natureza/cultura frente às tecnologias convergentes;
- Percepção e representação das tecnologias convergentes: narrativas científicas e expectativas do futuro.
GT-14: Gênero, Ciência e Tecnologia: avanços e desafios
Coordenadores: ÂNGELA MARIA FREIRE DE LIMA E SOUZA (Doutor(a) - PROGRAMA DE PÓS-GRADAÇÃO EM ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE MULHERES GÊNERO E FEMINISMOS), CÍNTIA DE SOUZA BATISTA TORTATO (Doutor(a) - Instituto Federal do Paraná), LEDA MARIA CAIRA GITAHY (Doutor(a) - Instituto de Geociências UNICAMP), LINDAMIR SALETE CASAGRANDE (Pós-doutorando(a) - UTFPR), NANCI STANCKI DA LUZ (Pós-doutor(a) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná)Resumo:
Estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), ao destacar o caráter socialmente construído da Ciência e Tecnologia (C&T), revelaram a importância da categoria gênero para as reflexões dos aspectos sociais da C&T, permitindo perceber a pluralidade dos sujeitos envolvidos na concepção, produção e utilização desses conhecimentos, bem como a “gendrificação” do desenvolvimento científico e tecnológico e de suas consequências para a sociedade. A participação das mulheres nas atividades científicas e tecnológicas permanece com marcas de desigualdade de gênero caracterizada paradoxalmente por mudanças, continuidades, avanços e retrocessos nos processos de segregação, (sub)representação e (des)valorização do feminino, dentre outras. Este GT tem interesse em discutir estudos que articulem C&T e gênero com enfoque em: a) Gênero na produção, uso e apropriação da C&T; b) Gênero e democratização da C&T; c) Estudos feministas na C&T; d) Gênero e Educação científica e tecnológica; e) Divisão sexual do trabalho e carreiras científicas e tecnológicas; f) Participação feminina nas carreiras de C&T; g) Gênero na pesquisas científicas e tecnológicas; h) Representações sociais de C&T e gênero; i) Gênero e apropriação do conhecimento científico e tecnológico; j) intersecção da categoria gênero com outras categorias de análise como classe, etnia, geração em estudos sobre C&T; k) políticas públicas para incentivo da participação feminina em C&T; l) contribuições de estudos e pesquisas nas áreas de Humanidades e de Ciências para ampliar ou restringir a participação feminina em C&T; m) Gênero e mudanças científico-tecnológicas; n) ingresso de mulheres em profissões de C&T; o) mudanças nos padrões de gênero ou nos padrões de C&T; p) análises comparativas (regionais, nacionais e internacionais) sobre participação de homens e mulheres na área de C&T; q) processos de desigualdade/segregação de gênero na área de C&T; r) construção social e histórica da C&T e sua articulação com gênero; s) contribuições femininas para a C&T; dentre outras questões que envolvem a discussão de ciência, tecnologia e gênero; t) pioneiras na C&T.
GT-15: Gestão da Tecnologia e Inovação nas Universidades Latinoamericanas
Coordenadores: DÉCIO ESTEVÃO DO NASCIMENTO (Pós-doutor(a) - UTFPR), MARIANA SELVA VERSINO (Pós-doutor(a) - CEUR/CONICET - UBA)Resumo:
A Universidade do século XXI tem sido instada a aprofundar e a diversificar as formas de relacionamento com a sociedade. Às missões seculares – avanço do conhecimento e formação de recursos humanos qualificados – se juntam àquelas que explicitam relações mais diretas com o desenvolvimento econômico e social, indo além das atividades de extensão mais estabelecidas – cursos de especialização e extensão, consultorias, por exemplo -, incorporando atividades de sustentação de políticas públicas voltadas à promoção da inovação tecnológica, tanto em suas práticas administrativas, como na formação de alunos e nas atividades do corpo docentes e de pesquisadores. As universidades se vêem, assim, na obrigação de internalizar atividades que estavam longe de suas preocupações maiores. Mesmo a instituição já incorporando áreas, departamentos ou mesmo atividades didáticas e de pesquisa voltados a uma maior relação com o público externo a ela, o que se exige hoje envolve outras competências que não são facilmente encontradas no ambiente universitário e nem mesmo fora dele. Neste sentido, o papel da universidade no contexto da inovação, incluindo a criação de instâncias para tratar das demandas do sistema de CT&I e a formação de recursos humanos em temáticas alinhadas ao tema, é um desafio que se coloca hoje.
Objetivos:
Debater e apresentar conceitualmente e na prática como as instituições universitárias respondem aos desafios criados pelas recentes políticas de ciência, tecnologia e inovação na América Latina.
Delimitação da temática do grupo:
A universidade do século XXI – papel, atividades e missões; incorporação do tema “inovação em suas práticas e administração;
Agências de Inovação e NITs: desafios, composição, atividades, resultados, organização e estratégias;
Propriedade intelectual: pesquisa pública e pesquisa privada, apropriação do conhecimento em ambientes públicos, ensino e formação em PI;
Transferência de tecnologia, negociação e comercialização;
Licenciamento de tecnologias universitárias: valoração da tecnologia, perfil das empresas licenciadoras, justificativas para o licenciamento (atividades complementares ou substitutas à universidade);
Empreendedorismo universitário, start ups, spin offs, empresas juniores;
Incubação de empresas e parques tecnológicos
GT-16: GT Ciência, tecnologia e inovação social
Coordenadores: FERNANDA ANTÔNIA DA FONSECA SOBRAL (Pós-doutor(a)), MAÍRA BAUMGARTEN CORRÊA (Doutor(a) - Universidade Federal de Rio Grande)Resumo:
Ciência e tecnologia são hoje condição necessária (ainda que não suficiente) para a sustentabilidade social e econômica das nações. Dessa forma, assumem grande importância os estudos que possibilitem ampliar o conhecimento sobre as atividades de produção e disseminação de ciência e tecnologia por grupos de pesquisa em nível internacional, nacional e local, bem como sobre políticas regionais, nacionais e internacionais de C&T. Esse debate é central para países como o Brasil, posto que os resultados da produção científica e tecnológica vêm sendo apresentados como instrumentos essenciais para o desenvolvimento econômico e social e para a consolidação da sociedade democrática, como também, para melhorar as condições de inserção dos países periféricos no cenário internacional de economia mundializada.
Com base nessas considerações propomos o GT Ciência, tecnologia e inovação social , com o objetivo de trocar experiências e informações sobre as formas de produção, gestão e distribuição de conhecimento científico e tecnológico em diferentes contextos do Brasil e da América Latina e sobre os problemas e soluções que vêm se apresentando sobre a temática nesses países. O GT terá três eixos principais: um eixo teórico, outro que tratará da produção do conhecimento científico e um terceiro sobre as condições de disseminação e de apropriação do conhecimento produzido e suas possibilidades para a inovação social.
GT-17: História das Ciências e da Tecnologia aplicadas ao Ensino
Coordenadores: SUSELI DE PAULA VISSICARO (Doutorando(a) - PMSBC), VERÔNICA GOMES DOS SANTOS (Mestre(a) - Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo)Resumo:
Este Grupo Temático propõe reunir professores, pesquisadores e estudantes interessados em debater sobre as relações entre a História das Ciências e da Tecnologia (HCT) e o ensino, configurando-se em um espaço de reflexão interdisciplinar sobre investigações que busquem articulações entre as áreas numa perspectiva de promoção da Educação Científica.
No campo da Educação em Ciências, discute-se a relevância das contribuições da História das Ciências e da Tecnologia para a Educação Científica, considerando-se que os conhecimentos científicos, tecnológicos, sociais e ambientais, encontram-se intimamente ligados e desta forma, a interdisciplinaridade torna-se fundamental no contexto educacional que privilegia a formação de cidadãos capazes de compreender os avanços tecnológicos e científicos de forma crítica, permitindo não somente a compreensão do fenômeno e seus aspectos conceituais, mas também, possibilitando estabelecer relações da construção do pensamento científico com sua natureza social, política e ambiental.
Observa-se assim, que há um grande incentivo para a discussão sobre HCT no ensino voltados para a Graduação e um ensaio no Ensino Médio, porém sabe-se que é possível aprofundar as reflexões desde o fundamental I e que geralmente este se configura em práticas exitosas, contextualizadas e significativas.
Desta forma, este espaço prevê o compartilhamento, a socialização e a reflexão acerca de experiências que se estruturaram a partir de um ou mais temas observados:
O uso da tecnologia na educação como recurso potencializador da Educação Científica;
O desenvolvimento da autonomia e o protagonismo infanto/juvenil a partir do uso da Tecnologia no ensino.
A história dos artefatos tecnológicos como disparador para o trabalho com a História das Ciências;
A perspectiva sócio-histórica da tecnologia na educação;
As perspectivas social e cultural da História das Ciências;
Contribuições da Histórias das Ciências e da Tecnologia nas diversas modalidades e níveis de ensino;
GT-17: História das Ciências e da Tecnologia aplicadas ao Ensino
Coordenadores: SUSELI DE PAULA VISSICARO (Doutorando(a) - PMSBC), VERÔNICA GOMES DOS SANTOS (Mestre(a) - Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo)Resumo:
Este Grupo Temático propõe reunir professores, pesquisadores e estudantes interessados em debater sobre as relações entre a História das Ciências e da Tecnologia (HCT) e o ensino, configurando-se em um espaço de reflexão interdisciplinar sobre investigações que busquem articulações entre as áreas numa perspectiva de promoção da Educação Científica.
No campo da Educação em Ciências, discute-se a relevância das contribuições da História das Ciências e da Tecnologia para a Educação Científica, considerando-se que os conhecimentos científicos, tecnológicos, sociais e ambientais, encontram-se intimamente ligados e desta forma, a interdisciplinaridade torna-se fundamental no contexto educacional que privilegia a formação de cidadãos capazes de compreender os avanços tecnológicos e científicos de forma crítica, permitindo não somente a compreensão do fenômeno e seus aspectos conceituais, mas também, possibilitando estabelecer relações da construção do pensamento científico com sua natureza social, política e ambiental.
Observa-se assim, que há um grande incentivo para a discussão sobre HCT no ensino voltados para a Graduação e um ensaio no Ensino Médio, porém sabe-se que é possível aprofundar as reflexões desde o fundamental I e que geralmente este se configura em práticas exitosas, contextualizadas e significativas.
Desta forma, este espaço prevê o compartilhamento, a socialização e a reflexão acerca de experiências que se estruturaram a partir de um ou mais temas observados:
O uso da tecnologia na educação como recurso potencializador da Educação Científica;
O desenvolvimento da autonomia e o protagonismo infanto/juvenil a partir do uso da Tecnologia no ensino.
A história dos artefatos tecnológicos como disparador para o trabalho com a História das Ciências;
A perspectiva sócio-histórica da tecnologia na educação;
As perspectivas social e cultural da História das Ciências;
Contribuições da Histórias das Ciências e da Tecnologia nas diversas modalidades e níveis de ensino;
GT-18: Internet: entre o capital e as ruas
Coordenadores: HENRIQUE ANTOUN (Pós-doutorando(a) - Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro), MARCOS DANTAS LOUREIRO (Livre-Docência - ECO-UFRJ), SARITA ALBAGLI (Doutor(a) - IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia)Resumo:
A evolução da internet esbarra hoje em algo que se apresenta ora como complementariadade, ora como contradição. Um ambiente como a rede social do Facebook, por um lado proporciona um espaço de discussão e mobilização que apontaria na direção de uma radicalidade democrática e diversidade cultural, por outro lado é um território proprietário explorado pela lógica do capital e da acumulação financeira, Tentar entender essa oscilação da internet no seu contexto e pensar sua evolução nesse cenário contraditório é o objetivo deste grupo temático.
GT-19: Jogos digitais e suas relações com a Ciência, Tecnologia e Sociedade
Coordenadores: GUILHERME DE ALMEIDA XAVIER (Doutor(a) - PUC-Rio), INESITA SOARES DE ARAUJO (Pós-doutorando(a) - Fundação Oswaldo Cruz), MARCELO SIMÃO DE VASCONCELLOS (Doutor(a) - Fundação Oswaldo Cruz)Resumo:
Este grupo de trabalho dedica-se ao debate das inter-relações entre ciência, tecnologia, sociedade e jogos a partir de uma perspectiva interdisciplinar. Entende-se por jogos tanto sistemas e objetos técnico-culturais que viabilizem a interação entre participantes quanto a atividade em torno destes dispositivos. Embora os jogos existam há milênios, comparativamente há uma carência histórica de trabalhos científicos sobre o tema, seja quanto ao dispositivo em si, seja quanto aos contextos social, comunicacional e antropológico em que se configuram. Entretanto, nas últimas décadas a popularização dos jogos digitais (ou video games) formou uma cultura popular própria diversa das chamadas “novas mídias”, criou uma indústria bilionária e possibilitou a emergência de um movimentado campo acadêmico, os Game Studies. Neste cenário, vêm ganhando grande importância nos últimos anos os serious games, jogos com propósitos políticos ou educacionais. Além de produtos marcadamente tecnológicos, os jogos digitais podem ser caracterizados também como uma cultura midiática participatória, o que implica dizer que eles facilitam ou promovem uma atitude de participação do público, seja através da popularização da atividade de programação de softwares ou das reverberações das representações culturais dos jogos em outros âmbitos culturais.
O grupo objetiva trabalhar nesse universo temático, refletindo sobre os jogos, seus usos e influências, em uma abordagem interdisciplinar, discutindo:
- O jogo digital enquanto dispositivo que materializa saber científico e tecnológico, passível de experimentação cotidiana pelo público
- Jogos digitais enquanto produto cultural onde ciência e tecnologia são representados e socialmente mediados (como, por exemplo, nos jogos de ficção científica)
- Jogos digitais enquanto atividade participatória e espaço de interação social tecnologicamente viabilizado
- Serious games como meio de ensino e divulgação científica e tecnológica
- Jogos digitais como prática comunicativa, observada em seus processos de produção, circulação e apropriação e em suas dimensões histórica, política e institucional
- Jogos digitais enquanto novo letramento, possibilitando novas sensibilidades entre produto midiático e público
GT-20: Medicina na América Latina: práticas científicas, dispositivos tecnológicos e inovações terapêuticas
Coordenadores: MÁRCIA REGINA BARROS DA SILVA (Doutor(a) - Universidade de Sâo Paulo), YURI CARVAJAL (Pós-doutor(a) - Universidad de Chile)Resumo:
O objetivo deste Simpósio é proporcionar espaço de discussão para a temática da medicina na América Latina tendo em vista três esferas centrais de sua produção: a introdução de dispositivos tecnológicos, a ampliação de inovações terapêuticas na prática científica e a condição desterritorializada dessas tecnologias em nosso continente. Algumas perguntas podem ser superpostas em tais debates: que coletivos surgem dessas e quais associações emergem das novas relações entre ciência, tecnologia e sociedade a partir da medicina? Se há, quais seriam as repercussões das inovações terapêuticas e tecnológicas no modo de viver o corpo humano? E o corpo doente, em que se baseia agora a sua classificação? Há impacto dessas novas medicinas nas práticas não formais de cuidados com o corpo? As inovações tecnológicas e terapêuticas implicam em algum novo projeto de prevenção às doenças e de busca de cura para os indivíduos e suas comunidades? Questionam as formas populares de abordar a epidemiologia? Há nos projetos modernos relacionados à medicina, lugar especial para o corpo latino americano? Essas e outras perguntas caminham em paralelo com a tentativa de reelaboração das bases conceituais dos estudos sobre medicina, assim como buscam compreender com novas perguntas o constante desejo de imortalidade do corpo humano. A existência da medicina moderna, embora desencantada, guarda em si o sonho da vida longa e do adiamento dos efeitos nefastos do tempo, dados que por outro lado têm resistido aos projetos mais futuristas de aliança entre a técnica e a tecnologia na concepção de medicina e no poder do medico em suas atividades clínicas. Esses são alguns dos sentidos que perpassam essa proposta de debate que incluem o espelho maior dos conhecimentos locais, e em especial, daqueles produzidos e vivenciado nos países latino americanos, tido aqui como eixo principal de discussão.
GT-21: Pedra, planta, bicho, gente... coisas: encontros da teoria ator-rede com as ciências ambientais
Coordenadores: FÁTIMA TERESA BRAGA BRANQUINHO (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), ROSEANTONY RODRIGUES BOUHID (UERJ)Resumo:
A importância da introdução de uma Área de Ciências Ambientais no contexto da pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em 2011, consta no último relatório de Avaliação Trienal desta coordenação (2010-2012). Segundo o documento, a introdução “decorreu da necessidade de se dar conta da complexidade dos problemas ambientais, face à indissociabilidade entre sistemas antrópicos e naturais que emergem no mundo contemporâneo, muitas vezes decorrente do próprio avanço dos conhecimentos científicos e tecnológicos, baseados em uma construção do saber notadamente disciplinar”. Coloca-se, portanto, um chamado para novas formas de produção do conhecimento, que busquem “diálogos não só entre disciplinas próximas, dentro da mesma área do conhecimento, mas entre disciplinas de ciências diferentes, bem como com outras formas de saberes, oriundos de culturas heterogêneas”. Diante disso, o objetivo deste GT é reunir trabalhos que tenham encontrado na teoria ator-rede um caminho para compor tal desafio. Sabemos que os estudos sobre laboratórios impulsionaram o desenvolvimento da teoria ator-rede, mas nos interessa saber o que acontece no encontro entre as pesquisas dos cientistas dos laboratórios (“naturais” ou “sociais”) com os pressupostos dessa teoria. Quais questões são colocadas? Seus objetos de estudo originais tornam-se eles próprios laboratórios? Como cada um deles “faz-fazer”? Qual relação se estabelece com a produção da realidade concreta? Tal qual apresentado na “Carta de Curitiba – Por uma democratização da Ciência e da Tecnologia”, acreditamos que devemos produzir conhecimento para um desenvolvimento "ambientalmente sustentável e contraposto à insustentabilidade provocada pelo capital", desde que isso signifique proteger a “diversidade de status ontológico contra a ameaça de sua transformação em fatos e fetiches, crenças e coisas” (Latour, 2001, p. 332).
GT-22: PesquisarCOM e o feminino na ciência
Coordenadores: LAURA CRISTINA DE TOLEDO QUADROS (Doutor(a) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro), MARCIA OLIVEIRA MORAES (Pós-doutor(a) - Universidade Federal Fluminense)Resumo:
Partindo das interfaces entre os estudos CTS e a crítica feminista às práticas científicas, esse GT tem visa discutir políticas de pesquisa afinadas com conhecimentos locais, situados e encarnados. O interesse do GT é debater modos de pesquisar que tomem o outro, ou o “objeto” da pesquisa, não como um alvo passivo, alguém de quem se coleta informações, mas como expert. Isso significa dizer que pesquisar implica uma partilha de expertises. Trata-se de afirmar a prática de pesquisa como dispositivo de transformação recíproca que ativa a todos, pesquisadores e pesquisados. Considerando que as práticas são performativas, que elas “fazem existir realidades que não estavam dadas antes e que não existem em nenhum outro lugar senão nestas e por estas práticas” (MORAES,2010,p.35), a pesquisa torna-se um espaço vivo de conhecerCOM o outro e não sobre o outro. Vale lembrar que um dispositivo de pesquisa se define como um arranjo heterogêneo de elementos que, uma vez agenciados, performa realidades, mobiliza e ativa pesquisados e pesquisadores. Pesquisar é, pois, prática arriscada, envolve transformações não previstas. Pesquisar é uma forma de entrar no jogo da política ontológica: se não há realidade dada de antemão, que realidades são performadas com nossas práticas de pesquisa? Para quê e para quem produzimos conhecimento? Com o sangue de quem foram feitos nossos olhos e nossos dispositivos de pesquisa? Esse manejo do pesquisar, afirmado como pesquisarCOM, encontra ressonâncias com a metáfora de Stengers (1989) quando distingue o pesquisador que age como caçador de matilha, cujo princípio é a rapidez e a busca das generalizações, do pesquisador que age como caçador solitário, disposto a esperar, a conhecer o tempo de seu interlocutor, a transitar com delicadeza pelo território de sua pesquisa e a atentar para as singularidades do outro. A provocação que esse GT lança é afirmar este fazer como feminino, entendendo tal configuração como algo que vai além de uma questão de gênero. Feminino no sentido de que conhecer envolve fazer laços, derivar, devir outro na pesquisa. Numa palavra, o interesse do GT é articular o pesquisarCOM e o feminino na ciência, considerando que o pesquisar envolve os sentidos e o sentir, resgatando um fazer que nos exige não só ousadia, senão também uma sensorialidade que perpassa o silêncio, a solidão e o campo das emoções e afetos.
GT-23: Política de Ciência e Tecnologia
Coordenadores: ANTONIO JOSÉ JUNQUEIRA BOTELHO (Pós-doutor(a) - Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro/ Universidade C6andido Mendes), ELIZABETH BALBACHEVSKY (Doutor(a) - Universidade de São Paulo), THALES HADDAD NOVAES DE ANDRADE (Doutor(a) - Professor Associado)Resumo:
Pesquisadores da área de políticas públicas vêm se interessando cada vez mais pela discussão de ciência e tecnologia. Até muito recentemente essa perspectiva de pesquisa era dominada basicamente por economistas, sociólogos e administradores. Mais recentemente, entretanto, a Ciência Política tem buscado também incorporar as análises sobre formulação e implementação de políticas de inovação em sua agenda. Sem uma compreensão clara de como diferentes modelos de institucionalidade influenciam os resultados das políticas na área, todas as tentativas de
mudar o ambiente que dá suporte à ciência e à inovação são arriscadas e provavelmente serão pouco eficientes.
Essa lacuna de conhecimento para informar a tomada de decisão em PCTI é sentida de maneira geral em todos os países que investem seriamente em ciência e inovação. É importante apontar que esse viés de análise traz para o centro do debate novas
perspectivas sobre a participação das esferas governamentais em diversas iniciativas, como implantação de parques tecnológicos, criação de universidades, apoio a empresas de base tecnológica, entre outras. Outra questão que merece uma atenção específica é o entendimento do papel que jogam os processos de difusão de políticas no ambiente internacional, que são
particularmente relevantes para a análise das políticas de ciência, tecnologia e inovação. Essa perspectiva de análise, que supõe que as escolhas sobre políticas são interdependentes e precisam ser entendidas considerando-se o espaço internacional que condiciona a produção de alternativas, é crucial para o entendimento de uma parte relevante do conteúdo e desenho de boa parte das políticas na área de ciência e tecnologia. A intenção geral do GT é fornecer subsídios para uma abordagem crítica das questões relacionadas com a produção de iniciativas públicas voltadas para a área de ciência, pesquisa e inovação.
Em particular, o GT define como seu objeto específico de análise os seguintes temas:
1) Análise política dos processos de produção e implementação de políticas de ciência e inovação;
2) Avaliação da implementação da lei da inovação e seus impactos sobre a institucionalidade das universidades e centros de pesquisa;
3) Análise de stakeholders e de modelos de negociação que enquadram a produção nacional e internacional de políticas de ciência;
e inovação.
GT-24: Grupo Temático: Políticas Públicas e Desenvolvimento Local: interveniências e interações entre tecnologia, sociedade e democracia
Coordenadores: CHRISTIAN LUIZ DA SILVA (Pós-doutor(a) - UTFPR), JAMERSON VIEGAS QUEIROZ (Pós-doutorando(a) - UFRN)Resumo:
A proposta desde GT é o amadurecimento do debate iniciado no IV e V TECSOC, que envolveu diversos pesquisadores de diferentes instituições em torno da discussão entre a interação e relação das políticas públicas e o desenvolvimento local. O tema envolve uma discussão recente, como campo de estudo, mas peculiarmente relevante para o debate na relação e interação entre tecnologia e sociedade, especialmente em um ambiente plural com o regime democrático, que permeia a base institucional brasileira. As políticas públicas experimentam nova interação entre governos e sociedade por meio da integração e interação com novos aparatos tecnológicos, que socializam a informação apesar de não eliminarem as assimetrias de uso da mesma. Caracterizam-se novas redes de poder e interação social que interferem no ciclo político decisório e alimentam novas perspectivas no campo das políticas públicas. A tecnologia modifica a forma de interação da sociedade, mas também é modificada por ela. Essas interações criam um novo patamar de participação democrática, ainda muito mais teorizado que praticado na realidade brasileira, mas configurando um processo em consolidação. Esse processo democrático, permeando a tecnologia e a sociedade em suas diversas interações, retrata um fértil campo de pesquisa para as políticas públicas, especialmente, sob o olhar destas relações em um mesmo espaço. Objetivo geral: Conglomerar a discussão de grupos de pesquisas e pesquisadores sobre políticas públicas e desenvolvimento local com especial compreensão da interação entre tecnologia e sociedade neste processo. Objetivos específicos: Criar e fortalecer uma rede de pesquisadores para amadurecimento da pesquisa no âmbito da tecnologia e sociedade com uma abordagem interdisciplinar; Apresentar novas fronteiras de pesquisa sobre a interação entre política pública e as novas formas de relações sociais a partir da tecnologia; Desenvolver perspectivas de estudos sobre a relação decisória das políticas públicas e o desenvolvimento local sob a ótica dos atores envolvidos interveniente sobre a questão tecnológica.
GT-25: Práticas democráticas: diálogos econômico-pedagógicos mediados (ou não?) por tecnologias
Coordenadores: ALBERTO JORGE SILVA DE LIMA (Mestre(a) - CEFET/RJ), ALEXANDRE OLIVEIRA ROCHA (Pós-graduado(a) - Petrobras), DANIEL PORTUGAL (Graduado(a) - Petrobras), FERNANDO SEVERO (Graduado(a) - UFRJ), LUIZ ARTHUR SILVA DE FARIA (Mestre(a) - HCTE - UFRJ), RODRIGO SAMPAIO PRIMO (Mestrando(a) - Hacklab)Resumo:
A proposta deste GT surge de uma experiência concreta: um curso de formação para jovens, com conteúdos relacionados a multimídia e a softwares educacionais, conduzido a partir da sensibilização e de práticas de software livre e economia solidária. No curso, os alunos vivenciaram conceitos tanto da chamada pedagogia por projetos, em que desenvolveram produtos/serviços reais, quanto práticas de trocas mediadas por uma moeda social, em um processo que poderia ser denominado gamefication.
Considerando tais conceitos (software livre, economia solidária, pedagogia por projetos, moeda social e gamification), que nascem, muitas vezes, de realidades e redes distintas, o GT parte da hipótese, a ser discutida, de que práticas democráticas (para além das politico-partidárias e eleitorais) permeiam os temas do software livre ("se refere à liberdade dos usuários executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software" - http://softwarelivre.org/portal/o-que-e), da economia solidária ("conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de autogestão." - http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_solid%C3%A1ria), das moedas sociais ("instrumento de desenvolvimento local, destinada a beneficiar o mercado de trabalho dos grupos que participam da economia da localidade" - http://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda_social), da gamefication ("uso de mecanismos de jogos orientados ao objetivo de resolver problemas práticos ou de despertar engajamento entre um público específico" - http://www.livrogamification.com.br/) e da pedagogia por projetos (onde "a escola deve representar o agora, a vida prática dos alunos, a sociedade que eles enfrentam hoje" - http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia_de_Projetos).
O GT objetiva, assim, discutir o diálogo entre tais conceitos/práticas e como práticas democráticas podem emergir a partir deste diálogo, privilegiando propostas de trabalho / relatos / experiências que abordem pelo menos dois dos conceitos/práticas citados.
GT-26: Presença Africana no Brasil: conhecimento tecnológico, linguagem, educação e interação social
Coordenadores: IVO PEREIRA DE QUEIROZ (Doutor(a) - UTFPR), PEDRO DE SOUZA (Pós-doutor(a) - Universidade Federal de Santa Catarina)Resumo:
A fundação do Brasil somente é possível de compreensão a partir da presença dos povos africanos para cá seqüestrados e reduzidos à condição de escravizados, bem como à lógica da dominação colonial que conduziu o referido processo. Os pressupostos da colonial-modernidade presentes na cultura e nas instituições, disseminam, em nível global, os mecanismos hierarquizadores, a exploração dos seres humanos e a banalização da violência, configurando a colonialidade da vida.
Contudo, cresce, a consciência do povo negro que constrói caminhos do reconhecimento e da reparação. Este GT se propõe a instituir momentos de trocas de experiências e de pesquisas a respeito do tema, através de discussões de ordem teórico-metodológica, ou compartilhando resultados de pesquisas concluídas ou em andamento. Finalmente, é importante que o Simpósio inclua em seus objetivos a análise de manifestações de linguagem numa perspectiva intertextual e intermidiática a fim de mostrar o hibridismo da presença africana não só no Brasil como em toda América. Serão bem vindos trabalhos que analisem, na superfície material das novas tecnologias, vínculos entre diferentes linguagens – literatura, música, teatro, pintura, etc – mostrando discursivamente maneiras novas de implodir uma hegemonia identitária excludente.
Objetivos
O GT pretende: Contribuir para o cumprimento das diretrizes curriculares que preconizam a abordagem do tema das relações raciais no cotidiano das instituições educacionais. Oportunizar o acesso à crítica da temática das relações raciais no âmbito da produção tecnológica e do ensino de tecnologia. Subsidiar docentes para o cumprimento da lei 10639/2003 além de provocar na comunidade discente considerações sobre o pluralismo étnico que marca o contexto da formação para a cidadania e o exercício profissional.
Delimitação Temática
O negro e a educação científica e tecnológica. O negro e a linguagem no contexto da ciência e da tecnologia. Relações interétnicas, ciência e tecnologia. Pensadores/as negros/as. Arte negra. Religiosidade de matriz africana. Racismos e antirracismos. Filosofia Africana e da Diáspora.
GT-27: PROCESSOS TECNOLOGICOS E CULTURA: sociabilidades, saberes populares, assimetrias e meio ambiente
Coordenadores: ANDRÉ LUIZ DA SILVA (Doutor(a) - Universidade de Taubaté), CARLOS ALBERTO MÁXIMO PIMENTA (Doutor(a) - UNIFEI), JOSÉ ROGÉRIO LOPES (Pós-doutor(a) - UNISINOS)Resumo:
Este grupo de trabalho tem como objetivo refletir sobre distintas narrativas presentes nas trajetórias e práticas de coletividades e comunidades de atores produtores de bens identitários, de consumo ou socioeconômicos (artesãos, extrativistas, pescadores, entre outros), reconhecidos em contexto ambiental determinado, a partir do uso de processos tecnológicos patrimoniais, matérias e imateriais, integradas pelas percepções locais de cultura e ambiente. Trata-se de atitudes de inserções socioeconômicas notadamente mediadas pela interface dos processos tecnológicos e cultura, correlata em visibilidade das culturas que foram desqualificadas, no passado, e que tem potencialidade de ressignificar distancias e desigualdades, em outras ambiências técnico-científicas. O coletivo de propostas deve comportar a leitura de inúmeras culturas populares e experiências alternativas à logica do mercado, em especial aquelas registradas na existência de objetos técnicos, dimensões do humano, do não-humano, do material e do imaterial. Espera-se selecionar trabalhos com integração entre cultura e ambiente, na concepção de que as técnicas e tecnologias produzem agências (agendas) sobre as ações dos humanos entre si, constituindo redes que caracterizam coletividades ou enraizamentos sociais por meio de processos tecnológicos.
GT-28: Produção de conhecimentos e artefatos - Experiências interdisciplinares em design
Coordenadores: ADILSON DA SILVA MELLO (Doutor(a) - UNIV FEDERAL DE ITAJUBÁ), ROSINEI BATISTA RIBEIRO (Pós-doutor(a) - Faculdades Integradas Teresa D'Ávila - FATEA - Rede Salesianas), WILSON KINDLEIN JÚNIOR (Pós-doutor(a) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS)Resumo:
Um painel que receberá propostas de discussões que relacionem as produções de artefatos, na contemporaneidade, para além de seus aspectos materiais, processuais e culturais, enfocando os movimentos interdisciplinares e as produções de sentido atribuídos ao design.
O objetivo é proporcionar diálogos e intercâmbios entre diferentes experiências no campo da formatação de artefatos presentes no cotidiano, que estejam sendo constituídos por elementos interdisciplinares, dentro de uma linguagem voltada para o design e que, sobretudo, considere a participação de atores não humanos nas interações que interferem e reconfiguram o processo formativo social, levando em conta as implicações práticas na formação de valores, desejos e projetos socioculturais e econômicos.
Pretende-se uma articulação de reflexões que ultrapassem as visões modernistas e dicotômicas sobre ciência, tecnologia e sociedade. Considerando, inclusive, que tais discussões já são produtos resultantes de redes de interesses, onde as ações são compostas de momentos, mediados e operados por diferentes elos.
Este painel aberto ambiciona, em última instância, co-elaborar argumentações acerca do social constituído em redes de afetações, onde ações e entidades são traduzidos mediante seus próprios movimentos e explicitados por um viés interdisciplinar, deslocando-se as limitadas metodologias dos silos disciplinares e vinculando-se uma abordagem contextualizada de análise da produção de conhecimentos e artefatos.
GT-29: Programas de Pós-Graduação em Estudos CTS & políticas científicas e tecnológicas para inclusão socioprodutiva: um debate
Coordenadores: R.T. NEDER (Pós-doutor(a) - UNIVERSIDADE DE BRASILIA), RAFAEL DE BRITO DIAS (Doutor(a) - Unicamp)Resumo:
1. ELABORAR a abordagem ECTS que tornou compreensível nacionalmente o conceito de tecnologia social
2. Situar historicamente sua institucionalização associada ao PRONINC como um programa nacional de incubadoras (tecnológicas) universitárias de cooperativas populares
3. Discutir por que capacitar em nível de pós-graduação quadros para Estudos CTS na perspectiva epistêmica de elaboração de uma plataforma cognitiva para política científica e tecnológica brasileira?
4. Apresentar as formulações correntes de uma Politica de Ciência e Tecnologia cujos valores cognitivos estão orientados para demandas sociais mais amplas da sociedade (não incluídas ainda na política científica e tecnológica convencional).
5. Elaborar um cenário de planejamento para implantar um Programa ESTUDOS CTS que elabore as demandas tecnocientífica das comunidades urbanas e rurais, para formação de gestores, pesquisadores, docentes e mediadores sociotécnicos.
6. Discutir como pode evoluir este processo de formação em simultâneo com o da capacitação de gestores públicos que atuam nas políticas atinentes a esse desafio de convergir a base tenocientífica com as políticas sociais e as de C&T e inovação tecnológica em geral
7. Como operacionalizar sua convergência entre quadro dimensões estratégicas:
(I) ADEQUAÇÃO SOCIOTÉCNICA
(II) AUTOGESTÃO
(III) LINGUAGENS, SABERES & CIÊNCIA
(IV) ESTUDOS CTS E EDUCAÇÃO
GT-30: Qualidade dos lugares e paisagens híbridos
Coordenadores: GISELLE ARTEIRO NIELSEN AZEVEDO (Doutor(a) - FAU / UFRJ), PAULO AFONSO RHEINGANTZ (Pós-doutor(a) - Universidade Federal de Pelotas)Resumo:
Proposta elaborada em conjunto com a Profa. Giselle Arteiro Nielsen Azevedo (UFRJ)
Objetivos do GT:
(1) explorar a aplicabilidade da noção de lugares e paisagens para pensar as formas de configuração dos lugares e paisagens contemporâneos em seu atravessamento pelos dispositivos tecnológicos. Para tanto, busca articulá-la com duas outras propostas que problematizam a relação dos ambientes com a tecnologia: os lugares ampliados (Firmino; Duarte 2012) e os lugares de clonagem (Castello 2007).
(2) Explorar as as irregularidades e "encaixes" das bordas do entendimento de qualidade dos lugares e paisagens híbridos e um conhecimento transdisciplinar na perspectiva das “rede de interfaces sóciotécnicas”
A expressão lugares e paisagens híbridos guarda similaridades com o sentido de hibridação tal como tratado por Latour (1994, 2001), que designa as misturas próprias aos espaços “entre”, os lugares e paisagens de mediação; está relacionada com lugares e paisagens em que nada se propaga sem que haja transformação, reapropriação local, sendo eles próprios agentes de transformação.
Como desdobramentos do objetivo geral, destacamos o interesse em explorar:
• as consequências e ressonâncias produzidas pelas tecnologias nas relações de urbanidade no que propomos chamar de lugares e paisagens híbridos.
• processos com agência nas relações sociedade-técnica/tecnologia relacionados com o entendimento de urbanidade nos “lugares e paisagens híbridos” nos quais se misturam questões 'técnicas', 'politicas' e 'econômicas';
• as apropriações desses coletivos pelos diversos atores que os produzem e que com eles estão relacionados;
• o entendimento de lugar e paisagem como um conjunto de relações entre atores humanos e não humanos a ser devidamente mapeado em suas dinâmicas cuja qualidade passa a ser uma relação, e não algo concebido pela mente, conhecimento ou cultura dos humanos, nem um atributo dos elementos físicos que a constituem.
GT-31: Reflexões sobre Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: dimensões históricas, econômicas e sociais
Coordenadores: ARAKEN ALVES DE LIMA (Doutor(a) - Instituto Nacional da Propriedade Industrial/INPI), LEANDRO MIRANDA MALAVOTA (Doutor(a) - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), PATRICIA SILVA FERREIRA (Doutor(a) - Instituto Federal do Rio de Janeiro)Resumo:
O alvorecer do terceiro milênio é marcado pela consolidação de uma economia baseada no conhecimento. O extremo dinamismo de estruturas socioprodutivas tecnologicamente complexas impõe aos agentes nelas inseridos problemas e desafios de novo tipo, dentre os quais se destacam os concernentes à apropriação dos resultados do trabalho intelectual. Em um contexto caracterizado pelo acirramento da concorrência internacional e sucessivas transformações nos paradigmas tecnológicos, evidencia-se, em dimensões globais, uma tendência de fortalecimento das prerrogativas desfrutadas por titulares de direitos de propriedade intelectual. Somam-se a tal fenômeno os impactos causados pela demanda por capital humano com competências necessárias para o aproveitamento das oportunidades que surgem nessa economia de novo tipo, na qual pessoas e ideias fluem entre diferentes esferas organizacionais. Com isso, ganham força — nos âmbitos produtivo, governamental e acadêmico — discussões acerca da integração entre saberes e competências, partindo-se quase sempre de reflexões contextualizadas sobre práticas que viabilizam ecossistemas de inovação, considerando-se a interação virtuosa entre pessoas, ideias, instituições e políticas públicas.
O presente Grupo Temático tem como escopo a reunião de pesquisas e ensaios que abranjam questões e objetos relacionados à temática da inovação e da propriedade intelectual, levando-se em conta os mais diversos aspectos que a compõem e a conformam: históricos, econômicos, educacionais, políticos, jurídicos, filosóficos, etc. Fundamentamo-nos na premissa de que o debate interdisciplinar pode prestar riquíssimas contribuições aos estudos sobre a matéria, proporcionando a troca de experiências entre áreas, ampliando o leque de questionamentos, introduzindo novos tipos de abordagem e permitindo a construção de ferramentas teórico-metodológicas diferenciadas. Reflexões sobre as relações entre ciência, tecnologia, inovação e desenvolvimento econômico também serão contempladas nesse espaço de discussões, privilegiando-se a análise de seus impactos sociais. Outras possibilidades temáticas pertinentes repousam no devir histórico das políticas voltadas à inovação e à propriedade intelectual no Brasil, bem como na importância do sistema educacional para a construção de uma nova politica industrial voltada para inovação.
GT-32: Riscos e controvérsias científicas: teorias e estudos empíricos
Coordenadores: JULIA SILVIA GUIVANT (Doutor(a) - UFSC), MARÍLIA LUZ DAVID (Doutorando(a) - Universidade Federal de Santa Catarina), TADEANE DE AMORIM (Doutor(a) - Unisul)Resumo:
Neste grupo de trabalho propomos reunir pesquisas que articulem a temática de riscos e controvérsias científicas. A análise social dos riscos vem ganhando espaço em discussões da teoria social que chamam a atenção para seu caráter negociado culturalmente, sem por isto negar a sua realidade material. Os debates entre as perspectivas construtivas e realistas incluem diversas posições, entre elas a de sua integração em lugar de oposição. A articulação entre os estudos sociais da ciência e a temática da especificidade dos riscos contemporâneos (especialmente as publicações de Ulrich Beck) tem contribuído para diminuir a opacidade das definições destes últimos, sobretudo a partir da premissa metodológica de que objetos científicos devem ser estudados ainda no período de sua construção. Em particular este cruzamento de análises e perspectivas tem permitido entender as controvérsias científicas como processos-chave em que podemos analisar o que conta como prova em práticas científicas, que competências estão envolvidas, como são organizados os domínios do natural e do social e que valores e relações de poder são negociados e estabelecidos em definições de risco. As análises de controvérsias científicas sobre riscos apontam para as formas de co-produção entre ciência e política, assinalando que o conhecimento que produzimos a respeito do mundo é indissociável da maneira como escolhemos viver nele. O foco dos trabalhos neste GT se estende tanto a estudos empíricos sobre controvérsias científicas acerca de riscos – ex. ambientais, tecnológicos, econômicos, na área da saúde – quanto a contribuições que discutam perspectivas teóricas sobre o assunto.
GT-33: Saberes do corpo e sobre o corpo: formas de conhecimento, experiência, ciência e expertise
Coordenadores: CLARICE MONTEIRO MACHADO RIOS (Pós-doutor(a) - UERJ), DANIELA TONELLI MANICA (Pós-doutor(a) - Departamento de Antropologia Cultural), ROGERIO LOPES AZIZE (Doutor(a) - IMS/UERJ)Resumo:
Este grupo de trabalho busca reunir pesquisadores que tomem o corpo como foco central para reflexões acerca de formas de conhecimento. Pretende-se desmontar algumas das fronteiras usuais que se estabelecem entre estas diversas formas de conhecer, trazendo ao mesmo patamar de debate, sem desprezar suas diferenças, saberes mais ou menos generalizáveis, mais ou menos locais. Propomos o binômio corpo/conhecimento a partir de uma dupla chave interpretativa: por um lado, o corpo como foco sobre o qual incidem formas variadas de conhecimento, tanto aquelas que se legitimam como científicas e universalizáveis, quanto conhecimentos locais e contextualizados; por outro lado, o corpo como condição para o conhecimento, o que nos permite pensar criticamente os limites e possibilidades do conhecimento científico.
O objetivo deste GT é tensionar os usuais eixos interpretativos para pensar o binômio corpo/conhecimento de forma a ampliar reflexões sobre corporalidades múltiplas, para além de uma ideia naturalizada de corpo como entidade auto-contida e biomecânica, e/ou da experiência e subjetividade como separáveis da materialidade do corpo e do mundo. Queremos salientar o trânsito e as porosas fronteiras entre as formas de conhecimento do/sobre o corpo: ao mesmo tempo em que ciência se faz com não-ciência, saberes não científicos também se constituem enquanto formas de expertise que lançam mão de linguagem e vocabulário científico.
Dentre as possíveis questões a serem exploradas nos trabalhos apresentados neste grupo estão:
- Qual o papel da experiência na produção e transmissão de conhecimentos sobre o corpo? Convidamos reflexões acerca da relação entre conhecimento leigo e científico, conhecimento experiencial e legitimado, e entre experiência e conhecimento de uma forma geral.
- As formas como se constituem redes de sociabilidade acerca de questões relacionadas ao corpo e técnicas corporais, que envolvam ou não o uso de conhecimentos ou artefatos oriundos do universo tecnocientífico. Como se articulam concepções e práticas minoritárias sobre o corpo, que não compartilham de pressupostos hegemônicos nas ciências, mas que disputam com estas sua legitimidade?
- De que maneira as corporalidades, reconfiguradas a partir da ampliação do uso de intervenções tecnocientíficas (sobretudo médicas), articulam novos agenciamentos e formas de conhecimento?
GT-34: Saúde, Trabalho e Desenvolvimento
Coordenadores: DENIZE CRISTINA DE OLIVEIRA (Pós-doutor(a) - FACULDADE DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), MÁRCIA NIITUMA OGATA (Pós-doutor(a) - Universidade Federal de São Carlos), MARIA LÚCIA TEIXEIRA MACHADO (Doutor(a) - Universidade Federal de São Carlos), WILSON JOSÉ ALVES PEDRO (Pós-doutor(a) - PPGCTS - UFSCAR)Resumo:
O objetivo deste GT é fomentar uma reflexão interdisciplinar acerca das interfaces do desenvolvimento científico e tecnológico e as áreas trabalho e saúde. Considerando-se a centralidade do trabalho na contemporaneidade, torna-se emergente a necessidade de fortalecimento de espaços dialógicos e reflexivos sobre as suas dimensões objetivas e subjetivas e as mediações com saúde e qualidade de vida. Profundas e aceleradas transformações científicas e tecnológicas provocam impactos na vida cotidiana das pessoas e organizações. De modo específico, o trabalho em saúde pela sua natureza, emprego de tecnologias e o envolvimento de diferentes atores sociais precisa ser continuamente revisitado e o campo CTS revela-se um lócus privilegiado para este debate.
GT-35: Seguindo cientistas em ação – desafios metodológicos das ciências de dados e das neurociências em CTS.
Coordenadores: ELAINE RIBEIRO SIGETTE (Doutoranda - PESC/UFRJ), RENATO CERCEAU (Doutorando(a) - Agencia nacional de saude suplementar), SERGIO MANUEL SERRA DA CRUZ (Doutor(a) - UFRRJ)Resumo:
Na tentativa de cooptar novos atores para compor a rede de divulgação de práticas e pesquisas científicas locais, este grupo de trabalho pretende debater os desafios metodológicos - com o uso da TAR - encontrados pelos pesquisadores na área das ciências de dados, neurociências e saúde. Os estudos sobre a mente, o cérebro, o corpo e a máquina, a IA (Inteligencia Artificial), vem apresentando soluções para a melhoria da qualidade de vida do ser humano. A exemplo disso encontramos as ferramentas de auxílio ao diagnóstico dos transtornos de aprendizagem, como a dislexia, cujos pesquisadores precisam enfrentar as dificuldades no rigor dos conselhos de ética para manipulação dos dados e realização das pesquisas. Este é um exemplo de dificuldade que acaba interferindo na composição e estabilização do artefato trabalhado por essas redes, mas que não estão incorporadas a narrativa científica. Entender localmente como essas questões se relacionam, dentro e fora do laboratório, é um convite a ampliação do olhar sobre o fazer científico. Pretendemos, com a apresentação e exposição desses e outros pontos de vistas e de trabalhos também na área da saúde, introduzir a proposta de Latour "Seguir cientistas em ação" e debater o quanto a teoria ator-rede poderá enriquecer e ampliar os debates CTS nestas áreas.
GT-36: Sistemas de Ensino Superior: instituições regionais e desenvolvimento
Coordenadores: DANIEL GUERRINI (Pós-doutor(a) - UTFPR), RENATO DE OLIVEIRA (Pós-doutor(a) - CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES)Resumo:
O objetivo do Grupo Temático “Sistemas de Ensino Superior: instituições regionais e desenvolvimento” é debater sobre a estrutura e o desenvolvimento de uma parcela importante do ensino superior (ES) no Brasil e também de outros países. No Brasil, o foco é discutir a realidade de instituições que tenham uma grande oferta de cursos de graduação, mas que também desenvolvam programas de pós-graduação stricto sensu em determinadas áreas selecionadas. Interessa-se por esse perfil de instituições, aqui denominadas regionais, pois, apesar de não serem parte das instituições mais prestigiadas do país (com a exceção de programas de pós-graduação pontuais que se destacam) e tampouco das instituições privadas com fins lucrativos, que ofertam cursos de graduação como commodities, elas são responsáveis por atender a uma demanda crescente da população brasileira por ensino superior de qualidade. As instituições academicamente prestigiosas necessitam concentrar recursos para manterem seu status e, por isso, têm dificuldade em acompanhar a crescente demanda por ES. As instituições com fins lucrativos acompanham a crescente demanda com eficácia, mas focam na oferta massificada de cursos e não em qualidade. As instituições regionais compõem uma parte significativa do ES, agregando tanto instituições privadas como públicas, de perfil institucional diverso e com vínculos com as atividades socioeconômicas da sua realidade local. Em outros países, instituições regionais são consideradas aquelas de perfil vocacional, com ensino e pesquisa voltadas para o mercado de trabalho, como é o caso das Universidades de Ciências Aplicadas, na Finlândia (lá denominadas ammattikorkeakoulu) e na Alemanha (denominadas Fachhochschulen). No Brasil, a diferenciação desse estrato do ES é menos clara e uma das contribuições desse GT será aprofundar o conhecimento sobre ele através de análise da realidade nacional como também através da sua comparação com casos estrangeiros.
GT-37: Sistemas de Inovação e seu Alcance Conceitual, Metodológico e Normativo
Coordenadores: ANAPATRÍCIA MORALES VILHA (Doutor(a) - Universidade Federal do ABC), CÁSSIO GARCIA RIBEIRO (Doutor(a) - Estatutário), MARCOS PAULO FUCK (Doutor(a) - UFPR), MARIA BEATRIZ MACHADO BONACELLI (Livre-Docência - Dpto de Política Científica e Tecnológica)Resumo:
A concepção de Sistema de Inovação (SI) possui vários contornos com o objetivo de atender diferentes análises que vão desde o conjunto de programas, projetos e ações no âmbito de países, regiões ou territórios, atingindo também a discussão da governança e coordenação de ações de estímulo à inovação no âmbito de um setor – indústria, agricultura e mesmo serviços. As discussões envolvem tanto aspectos teórico-conceituais como estudos, buscando um melhor entendimento da relação entre diferentes atores, que possuem diferentes lógicas e interesses, e o papel das instituições no que se refere à governança e coordenação desses sistemas. Fronteiras e delimitações para análises também têm sido objeto de estudos.
O principal objetivo é abrir espaço para que se apresentem discussões sob os pontos de vista conceitual, metodológico e analítico, considerando as diferentes versões desta concepção – países, regiões, territórios, setores industriais, agricultura e serviços. Espera-se também que se apresentem discussões tanto por meio de estudos de caso, como as análises conceituais e metodológicas de políticas públicas, ações, iniciativas, abrindo o debate para países em diferentes estágios de desenvolvimento. Neste sentido, resultam de interesse tanto os estudos descritivo-explicativos, como as análises empíricas das quais possam se sustentar propostas normativas alternativas. As temáticas de interesse são:
SNI e Políticas de CT&I: riquezas e fraquezas para sua promoção
Sistemas Setoriais de Inovação: limitantes e contribuições para o avanço conceitual
Sistemas Locais de Inovação: prós e contras para uma abordagem conceitual
SNI na Agricultura: atores, instituições e interações na pesquisa, extensão e difusão de conhecimentos, práticas e produtos
Sistema Setorial de Inovação e a Indústria Automobilística: delimitações para análise entre o nacional e o internacional
Financiamento e fomento à CTI: fontes, programas e políticas voltadas ao desenvolvimento inovativo
Mensuração do SI: avaliação, impactos, indicadores, tendências
SI e a vertente “sustentável”: políticas, programas, atores e instituições de suporte
Estudos de casos de sistemas nacionais, setoriais e locais de inovação
GT-38: Tecnologia e Dignidade Humana
Coordenadores: CINEIVA CAMPOLI PAULINO TONO (Doutorando(a) - Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná), DOMINGOS LEITE LIMA FILHO (Pós-doutor(a) - UTFPR), SONIA MARIA CHAVES HARACEMIV (Pós-doutor(a) - Universidade Federal do Paraná), ANDREIA DE JESUS (Mestre - Universidade Federal do Paraná)Resumo:
Objetivos
O objetivo do GT é fomentar uma reflexão interdisciplinar acerca dos impactos na saúde física, na saúde mental, nos processos cognitivos, nas relações familiares e sociais, bem como na segurança dos usuários de tecnologias de informação e comunicação, especialmente da rede internet, destacando a seguridade à cultura, aos espaços simbólicos, organizações e representações sociais quanto à ética, responsabilidade e segurança de uso.
Seus objetivos específicos são:
1. Proporcionar a divulgação de pesquisas e estudos sobre a seguridade e a ética de uso das tecnologias de informação e comunicação por crianças, jovens, adultos e idosos, às vistas do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.
2. Agregar esforços para a consolidação do Eixo Tecnologia e Dignidade Humana do I Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos do Paraná -2015, aliando a pesquisa e o ensino aos projetos de extensão universitária, com foco na gestão de políticas públicas de tecnologia na sociedade.
Justificativa
Historicamente, a concepção do GT ‘Tecnologia e Dignidade Humana’ foi estabelecida em sua primeira versão no III TECSOC em 2009, com o GT intitulado ‘Tecnologias na educação de crianças e jovens: uma abordagem multidisciplinar’, no IV TECSOC em 2011 com o GT: ‘Tecnologia na Sociedade e os efeitos sobre a aprendizagem, a saúde, a segurança e os relacionamentos sociais de crianças, jovens e adultos’ e no V TECSOC em 2013 com o GT ‘Tecnologia e Dignidade Humana’ (Tecnologias e saúde física; Cognição e as tecnologias; Ética, moral e tecnologias; Vício na internet; Crimes na internet, Jogos eletrônicos e os processos mentais). A proposta para o VI TECSOC, ESOCITE.BR em 2015, no GT: Tecnologia e Dignidade Humana, será discutir com a comunidade científica, os impactos humanos e sociais da produção e do uso das tecnologias de informação e comunicação, buscando avançar em profundidade as pesquisas que vem sendo desenvolvidas nesse campo de conhecimento.
GT-39: Tecnologia e mediações
Coordenadores: JÚLIO CÉSAR DOS SANTOS (Doutor(a) - Instituto Federal de Goiás), ROSE MARY ALMAS DE CARVALHO (Mestre(a) - PUC Goiás)Resumo:
Desde os primórdios da história da humanidade, os artefatos técnicos (ou dispositivos técnicos) estão presentes nas interações do homem com o seu contexto natural, social e cultural. Na sociedade contemporânea, essa presença se intensifica com as tecnologias digitais em rede mediando as relações socioculturais. Diante dessa realidade, faz-se necessário refletir sobre como se configura esta mediação. Em um contexto social de causa e efeito? De impacto? De processo dialético? Embora esses questionamentos estejam presentes, parte-se do princípio que nem neutra e nem inteiramente autônoma constitui-se a relação entre ciência, tecnologia e sociedade. A complexidade teórica e prática dessa área de estudo exige a criação de espaços acadêmicos para reflexões de caráter teórico, metodológico e epistemológico. A proposição deste Grupo Temático (GT) cria, portanto, um espaço de discussões para que assim possam ser compreendidas e superadas as percepções simplistas do papel e do lugar que o uso da tecnologia ocupa na atualidade. Este GT propõe uma problematização das relações sociais mediadas pelas tecnologias e uma reflexão sobre as implicações geradas para o desenvolvimento das diversas ações sociais possíveis de serem constituídas como prática num determinado contexto, em função de alguma intencionalidade. Nesse sentido, pretende-se verticalizar o conceito de tecnologia e aprofundar o conceito de mediações numa perspectiva de intervenção humana. Entende-se que as mediações, por meio das tecnologias, são culturais, políticas, sociais e econômicas. Permeiam esse entendimento convicções, valores, crenças que vão além da tecnologia enquanto instrumento, pois podem conferir significado que perpassam a interação com o outro, com o social, cultural, político e econômico influenciando as formações humanas. Estão em sintonia com este GT trabalhos que abordem múltiplas perspectivas de questões que relacionem Tecnologia, Educação, Arte, Cultura, Linguagem, e Sujeitos, colocando em questão o papel social da Tecnologia como mediador de processos sociais complexos.
GT-40: Um olhar sociotécnico sobre o software
Coordenadores: HENRIQUE LUIZ CUKIERMAN (Doutor(a) - Programa de Eng. de Sistemas e Computação-COPPE-UFRJ), JOÃO PORTO DE ALBUQUERQUE (Pós-doutor(a) - Universidade de São Paulo)Resumo:
O GT se propõe a discutir as possibilidades e potencialidades de um olhar sociotécnico sobre as práticas de concepção, desenvolvimento, implantação e uso de software, em especial no Brasil. Um olhar que busque apreender o software sem fragmentá-lo em "fatores ou aspectos técnicos" de um lado, e "fatores ou aspectos não-técnicos" de outro, sem fatorá-lo em quaisquer outras dualidades ("fatores técnicos" versus "fatores humanos, organizacionais, éticos, políticos, sociais, etc.") que terminem por desfigurar o "pano sem costura" que imbrica no desenvolvimento e uso de software o técnico e o social em um mesmo e indivisível tecido.
O GT pretende, através da exposição de trabalhos e dos debates entre os participantes, entre outros objetivos (lista não exaustiva):
• Buscar novas compreensões para o sucesso/fracasso dos projetos de concepção, desenvolvimento, implantação e melhoria de processos de produção de software à luz das relações éticas, sociais, políticas, econômicas e históricas indissociáveis da prática de desenvolvimento de software;
• Problematizar a atual configuração das práticas de concepção, desenvolvimento e uso do software no Brasil e no mundo, através da sua contextualização histórica;
• Contribuir para a produção de novos conhecimentos capazes de enriquecer o debate sobre o software;
• Construir e fortalecer os vínculos entre a abordagem sociotécnica e a demanda por software, especialmente à luz de estudos de caso de desenvolvimento, manutenção, implantação e utilização de sistemas de software;
• Discutir estudos de caso, relacionados a projetos de software e uso de software em diferentes setores e atividades da sociedade, tratados à luz do olhar sociotécnico, no qual a prática de desenvolvimento e uso de software é constituída de forma indissociavelmente técnica, social, histórica, econômica, ética e política;
• Colaborar para a formação de uma rede de pesquisadores interessados pelo desafio de construir uma abordagem sociotécnica das práticas de concepção, desenvolvimento e uso de software, procurando socializar as experiências dos grupos de pesquisa já envolvidos com o tema no Brasil e na comunidade internacional, bem como estimular a formação de novos grupos;
• Refletir sobre as questões de ensino e ética em software à luz do olhar sociotécnico.